quarta-feira, abril 30, 2008

A melhor piada do ano

Eu simplesmente não consigo parar de rir. Dificilmente eu vou ouvir neste ano alguma coisa mais hilária do que isto. O coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia atribui o baixo desempenho do curso no Enade ao baixo QI dos alunos.

Mas a melhor foi dizer que baiano só consegue tocar berimbau porque tem uma corda só. hahaha. Os politicamente corretos odiaram, mas isso é simplesmente hilário. É claro que ele está apenas tentando livrar a cara dos professores ineptos e das péssimas condições do curso. Ah, sim, é claro que há uma penca de alunos incapazes também. Há em qualquer lugar.

Uma pergunta intrigante: por que é que entre os cursos mais bem avaliados há três públicas do Rio Grande do Sul e entre os piores estão as federais da Bahia, de Alagoas, Amazonas e do Pará?

terça-feira, abril 29, 2008

Prisoner´s Dilemma

Chega de samba e futebol. Como este blog é eclético, um pouco de "tchiuria".

Nó na madeira

João Nogueira era um dos sambistas que meu pai mais ouvia quando eu era pequeno, lá pelo final dos 70 e começo dos 80. É um dos que eu mais gosto até hoje. Procurei ele cantando "Nó na madeira", mas não achei. Então, vai esta aqui.

Cobra coral...

... papagaio vintém; vesti rubro-negro, não tem pra ninguém.
Pena que meu pai, meu avô e meu tio não estão mais aqui pra eu mostrar a eles estas pérolas que a gente encontra na internet.

Samba rubro-negro

O mais querido não tem mais Zico, Adílio e Adão. Longe disso. Mas ainda dá pra ganhar do Botafogo, com uma dose de sorte.

quinta-feira, abril 17, 2008

Hartmut Michel on biofuel

Nesta semana, a polêmica dos biocombustíveis veio à tona com a acusação de que eles seriam a causa da inflação mundial dos alimentos, nos últimos meses. Isso me pareceu uma brutal simplificação das coisas. Geralmente, um fenômeno desses não tem uma única causa. Como tem sido dito, há várias: o aumento do consumo (com o aumento da renda em alguns lugares pobres do mundo), o fim dos estoques reguladores, o protecionismo dos países ricos via subsídios e barreiras comerciais e, claro, os biocombustíveis (que competem por terra).

Achei oportuno colocar aqui uma entrevista que fiz com o químico alemão Hartmut Michel, ganhador do prêmio Nobel de Química em 1988.


Qual a sua opinião sobre os biocombustíveis?
O potencial dos biocombustíveis é muito limitado. Há um grande perigo de que o efeito sobre a poluição e o aquecimento global seja negativo. Em particular, a comparação com as células fotovoltaicas, por exemplo, mostra que a eficiência de usar a energia da luz solar, via biocombustíveis, é extremamente baixa. E você ainda tem que investir uma quantidade substancial de energia na produção dos biocombustíveis.

Então eles não podem ser o combustível do futuro, como tem sido alardeado?
Depende do uso que se fizer deles. Para os aviões, por exemplo, ainda precisaremos de combustíveis líquidos. Para os carros, eu antecipo que eles serão impulsionados por motores elétricos, com energia armazenada em baterias. Isso está sendo – e continuará a ser – melhorado. As baterias serão carregadas com células fotovoltaicas (fotoelétricas).

Os biocombustíveis são mais eficientes do que os combustíveis fósseis?
Eficientes em relação a quê? O etanol, por exemplo, contém um átomo de exigênio e, por isso, seu conteúdo energético é consideravelmente baixo – 60% do da gasolina e do biodiesel.

Alguns países começaram a adotar restrições ao uso de combustíveis fósseis e a estimular o consumo de biocombustíveis, com a justificativa de que isso ajudaria no combate ao aquecimento global. O que o senhor acha disso?
Essa restrição é catastrófica. Os países que a adotaram não estão localizados na zona tropical e seu potencial de produzir biocombustíveis de forma eficiente e com custos baixos é extremamente pequeno. O que terão que fazer é importar biocombustíveis dos países em desenvolvimento, onde a produção é muito mais barata. A produção dos biocombustíveis terá, assim, dois efeitos principais: (i) o aumento dos preços dos alimentos, atingindo principalmente as pessoas mais pobres; e (ii) um rápido desmatamento, com queima de árvores, liberando mais dióxido de carbono e outros poluentes no ar do que poderá ser poupado pelo uso de biocombustíveis vindos de áreas já limpas, nos próximos 100 anos. Na Indonésia e na Malásia, uma boa parte das florestas tem sido “limpas” para a plantação de palmeiras.

Em termos de eficiência, de novo, o senhor diria que há combustíveis mais propícios para determinados usos?
De certa forma, sim. Madeira, por exemplo, é mais eficiente para aquecimento, mas pode ser também para gerar energia elétrica. O gás natural e o óleo combustível economizados poderiam ser usados em automóveis e aviões.

Etanol é melhor ou pior do que os outros biocombustíveis?
Etanol é o pior. Isso porque muita energia precisa ser colocada na sua produção, principalmente quando milho, trigo e beterraba são usados como matérias-primas. Além disso, energia precisa ser consumida na produção de fertilizantes, para arar a terra e para a colheita. Você também precisa colocar muita energia para enriquecer o etanol. Várias destilações e outros processos químicos são necessários para o enriquecimento. Se essa energia toda tem origem no carvão, então mais dióxido de carbono será liberado no processo de produção dos biocombustíveis do que seria se a gasolina e o óleo diesel fossem queimados diretamente.

Mas e quanto ao etanol de origem da cana-de-açúcar, como no Brasil? O país poderá dominar esse mercado mundial?
Bem, felizmente a situação do Brasil é diferente porque o bioetanol é derivado da cana-de-açúcar. No Brasil não há necessidade de um plantio e de uma colheita anual, e o país ainda pode usar galhos e folhas secas no processo de destilação. Isso parece dar um ganho de energia de seis a sete vezes [em relação às outras fontes de etanol].

O álcool brasileiro tem potencial menor do que as células fotoelétricas?
O etanol rende 0.6 litro por metro quadrado ao ano, correspondente à energia de 3,8 kWh. A energia do sol, no Brasil, é de 2 mil kWh por metro quadrado por ano. Isso significa que menos de 0,2% da energia do sol é aproveitado no etanol.

E quanto às outras fontes alternativas de energias? Quais as mais promissoras?
Nós não temos uma alternativa realista ao uso da luz solar, direta ou indiretamente. No entanto, colher a energia do sol via fotossíntese das plantas e algas e convertê-la em biogás ou em biocombustíveis é a maneira errada. A capacidade de armazenamento da energia do sol durante a fotossíntese é extremamente baixa. Se usarmos biogás para produzir eletricidade aqui na Alemanha, então, cerca de 0,15% da energia do sol será convertida em eletricidade. A eficiência de conversão das células solares fotoelétricas já disponíveis comercialmente já é de 15%, ou seja, cem vezes mais eficiente. Essa é a razão de por que considero carros movidos a bateria – carregadas por eletricidade oriunda de células fotoelétricas – como o futuro. Além disso, tirando a parte inicial da instalação, nenhum outro trabalho é necessário para produzir eletricidade. A energia eólica, também originada da energia solar, também poderia ser uma alternativa em países onde há ventos fortes e constantes, como na Patagônia, na Argentina. A energia derivada do vento poderia ser usada, principalmente, em indústrias eletro-intensivas, como a de alumínio.

Por fim, o senhor considera o aquecimento global como resultado exclusivamente da ação do homem?
Nunca teremos certeza, mas eu acho provável. Os dados são convincentes (as correlações mostradas pelos modelos). Alguns países vão ser beneficiados com o aquecimento global; outros irão perder.

Quais?
Pergunte aos especialistas do IPCC. Você verá que o Brasil, por exemplo, vai ter menos chuvas, o que pode levar à desertificação. A Sibéria, ao contrário, vai ficar mais quente, o que tornará possível a cultura de cereais.

Gastança

Não é necessário ser petista ou psolista para criticar a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica dos juros (Selic) em meio ponto percentual. Aqui há uma brilhante - porque didática - explicação. Via De Gustibus.

A diferença é que Adolfo defende a redução dos gastos do governo, que "explodiram" nos últimos meses - o que é uma heresia, na cartilha stalinista. O cerne do texto do Adolfo é a preferência pelo gasto público ao privado. No fundo, demonstra o que é este país, que cresceu (?) a partir da idéia anticapitalista de que só o governo salva! Ainda não fizemos nossa revolução industrial!

quarta-feira, abril 16, 2008

Manual para boas reportagens

O mestre Frederico Vasconcelos está com um livro novo na praça. Fred é um grande cara, um dos melhores jornalistas do país. Não é badalado, não faz marketing pessoal, mas é de uma competência extrema. E de uma generosidade incrível com os colegas de redação.

Tive o prazer de almoçar com ele algumas vezes no Folhão, naquela ruazinha paralela à Barão de Limeira, atrás da Folha. No cardápio, às vezes nhoque, às vezes bacalhau, e sempre uma aula de jornalismo.

Poucas vezes vi um jornalista compartilhar conhecimento e experiência sem nenhum sinal de arrogância. É o tipo de cara que investiga um monte e não sai por aí propagandeando que é especialista nisto e naquilo. (Outro dia vi um cara se dizendo especialista em "infiltração". Achei que tivesse alguma coisa a ver com joelho e já ia ligar pro cara dar uma olhada na minha condromalácia de patela.)

Enfim, ter trabalhado com o Fred é daquelas coisas que dá vontade de botar no currículo. Mas, por aqui, na província, ninguém conhece o cara. Não ia adiantar muito.

terça-feira, abril 15, 2008

Fenômenos

Eu não sei lidar com estas coisas que remetem à passagem do tempo; coisas que eram e não são mais... enfim. Na TV, hoje, as despedidas de dois fenômenos do esporte brasileiro: Guga e Romário.

Sim, sim, eu sei; há tempos eles não são nem sombra do que já foram. Pois é justamente disso que estou falando. O tempo é cruel.

Mas são dois fenômenos, mesmo? Acho que sim. Romário, com menos de um metro e sessenta, fazia gols de cabeça entre zagueiros holandeses, suecos... E livrava-se deles com extrema facilidade com a bola no chão também. Quando a bola escapava e parecia que não havia jeito, ele, sem cerimônia, metia o bico da chuteira e... gol!

Já Guga... bem... o que dizer de um cara nascido em um estado periférico de um país periférico que se destaca mundialmente num esporte que a maioria dos seus compatriotas nem sequer entende direito? É um gênio.

segunda-feira, abril 14, 2008

Privatização à moda petista

Esta matéria da Folha é só mais um exemplo do assalto ao Estado brasileiro. Os caras estão metendo a mão sem cerimônia alguma. Em cinco anos, milhões e milhões.
Mas, claro, tudo isso não passa de invenção da "imprensa golpista".

MARTA SALOMON
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pedido de um amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de congresso de donos de bares e restaurantes em agosto de 2006. O repasse de verbas federais para apoiar esse evento foi considerado contrário ao interesse público por auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), que analisou amostra de 167 contratos celebrados com organizações não-governamentais no governo Lula. Pagamentos a ONGs consumiram R$ 12,6 bilhões em menos de cinco anos.
O apoio do Ministério do Turismo ao 18º Congresso da Abrasel, entidade de classe que reúne donos de bares e restaurantes, ao custo de R$ 300 mil, é um dos casos emblemáticos de irregularidades graves apontados pelo TCU, em documento a que a Folha teve acesso.
"Não houve atendimento ao interesse público", relata a auditoria sobre contratos da Abrasel, que já recebeu R$ 24 milhões dos cofres públicos em menos de cinco anos. Parte do dinheiro teria beneficiado apenas os dirigentes e associados da entidade, afirma relatório que ainda será levado a voto no plenário do TCU, mas já foi encaminhado à CPI das ONGs.
Auditores do tribunal analisaram contratos celebrados com 26 entidades em nove Estados, de um universo de 7.700 contratadas no período do governo Lula.
Da mesma forma que auditoria anterior em ONGs, votada em 2006, o TCU encontrou irregularidades desde a seleção das entidades -grande parte sem qualificação para as atividades para as quais foram contratadas- até a prestação de contas, passando pela falta de acompanhamento e fiscalização por órgãos do governo. O resultado é conhecido: desperdício -ou simplesmente desvio- de dinheiro público.
Por causa dos convênios com a Abrasel, o Ministério do Turismo foi apontado na auditoria como a pasta cujos convênios envolvem o "maior nível de risco". A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes começou a receber verbas da pasta depois da posse de Paulo Solmucci na entidade. Solmucci teria um amigo em comum com o presidente Lula, além de ter o apoio do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (leia texto na página ao lado).
Com o objetivo de desenvolver o turismo por meio da gastronomia, o convênio mais caro com a entidade já consumiu R$ 11,4 milhões. Ele entrou em vigor em 2004 e acumula as falhas mais graves, segundo a auditoria do TCU. Com o mesmo objetivo, um novo convênio, de R$ 12,8 milhões, foi celebrado em 2007, pela atual ministra do Turismo, Marta Suplicy.
No caso do convênio que já gastou R$ 11,4 milhões, além de falta de interesse público, os auditores verificaram que a Abrasel atuava como intermediária de verbas por meio de "terceirização indevida", com indícios de concorrências dirigidas e de favorecimento ao presidente da associação.
O ministério disse à Folha desconhecer irregularidades nos convênios com a entidade. Pouco mais de 20% dos órgãos públicos cujos convênios foram fiscalizados pelo TCU optaram pela seleção pública na contratação de ONGs. Foram vários os casos em que critérios objetivos e impessoais não foram levados em conta.
No caso da contratação do Centro Piauiense de Ação Cultural pela superintendência do Incra no Piauí, o TCU registra "indício de que a seleção foi feita com base em critério precipuamente político" devido às relações políticas do dirigente da entidade com gestores estaduais e do Instituto Nacional de Reforma Agrária no Estado.
Entre os contratos celebrados pelo Incra, o relatório registra um dos casos mais pitorescos de despesas indevidas: a compra de 2.859 litros de gasolina pelo Centro de Capacitação de Canudos a dias do término da vigência do convênio com a superintendência de Sergipe, comprovada com notas fiscais supostamente frias. Apesar das irregularidades, o Incra celebrou novo convênio milionário com a entidade.
Entre as entidades com irregularidades apontadas pelo TCU, está o Instituto de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Xingó. A entidade recebeu em três anos R$ 11,2 milhões do Ministério de Ciência e Tecnologia -cota do PSB. E é dirigido pelo tesoureiro do partido em Pernambuco, conforme noticiou a Folha na edição de quinta-feira. Gilberto Rodrigues e o governador Eduardo Campos negam que a amizade e o relacionamento de militância política tenham tido peso no negócio.

domingo, abril 13, 2008

Would you like to play drums?

Quer aprender a tocar bateria? Não? OK.
Ah, quer, mas não tem bateria em casa? Seus problemas acabaram. Este é um bom começo. Eu sempre toquei bateria virtual.

terça-feira, abril 08, 2008

Blaug e van Fraassen via internet

Ah, esta internet! Neste fim de semana, baixei, via emule, dois livros que eu precisava comprar para o meu "projeto de projeto" de doutorado. Economizei uns bons 100 dólares. O primeiro, Economic Theory in Retrospect (Mark Blaug), veio num arquivo de 40 MB. O segundo, The Scientific Image (Bas van Fraassen), era em word e bem menor - só 1 MB.

Acho que Blaug e van Fraassen não ficarão tão chateados pelo não pagamento dos direitos autorais. Tome-se como um ato de caridade deles. Afinal, sou um pobre rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com alguma disposição para sair das cavernas.

Gritos do Silêncio

Morreu o símbolo da luta contra um dos regimes mais perversos que já se instalou neste planeta - comunista, claro. Pobre Marx; ainda bem que não viveu para testemunhas as atrocidades que cometeram em seu nome.

sexta-feira, abril 04, 2008

Os da bota

Esta me foi enviada pelo grande amigo Marcelo Santos. Muito engraçada. Proibido para politicamente corretos.

Os malas

Duvido que você não conheça algum tipo como estes. O pior, para mim, é que atualmente as pessoas tendem a tratar o colega de trabalho como se fosse amigo. Se você não vai almoçar junto com eles todos os dias, vixe!, a casa cai. E, de repente, estão te contando as intimidades! Comigo o negócio não vai muito adianta porque eu já corto no começo. E também não dou abertura pra esse tipo de conversa. Eu fujo dos chatos - e acho que eles falam o mesmo de mim!

quarta-feira, abril 02, 2008

A lucidez contra o senso comum

Como é bom ler um texto inteligente e bem escrito. Hélio Schwartsman lembra que o Tibete nunca foi um país independente, com exceção de um pequeno período quando a China estava ocupada demais com seus problemas internos, na primeira metade do século XX.

Com muito mais propriedade e elegância, Hélio diz o mesmo que eu penso: o problema não é a "opressão" da China contra os tibetanos, mas a opressão da China contra todos os chineses. Não estou nem aí pros tibetanos. Aliás, como bem lembrou o Hélio, antes do recente domínio chinês, eles viviam numa teocracia absolutista - argh! Não gosto de religião, muito menos de Estado religioso.

O problema é a ditadura chinesa que oprime mais de um bilhão de pessoas - defendida por muitos esquerdopatas tupiniquins.

E o melhor do texto do Hélio é alertar para o nosso clichê de sempre torcer para o mais fraco.

terça-feira, abril 01, 2008

Exortação ao ceticismo

O professor Nilson Lage , um dos maiores pesquisadores em jornalismo do país, deu uma palestra na abertura de um evento sobre a qualidade do ensino de jornalismo - ou coisa parecida. Um evento sindical, devo dizer - daqueles que não me apetecem nem um pouco, em que tudo gira em torno da defesa da exigência de diploma para quem quiser ser jornalista. Mas isso não é a questão agora.

A palestra do professor Lage deveria ser ouvida por todos os coleguinhas. Em resumo, ele exortou os jornalistas a exercer o ceticismo. (Sei que é quase como jogar pérolas aos porcos, mas vale a tentativa.) Eu lembrei das aulas de Controle de Opinião Pública quando ele sapecou algo mais ou menos assim: se uma coisa precisa ser repetida o tempo todo, provavelmente não deve ser verdadeira. Lembrei do texto do Jean Marie Domenac.

Iconoclasta, Lage investiu contra dois dos discursos mais em voga por estes tempos. O recado aquele sobre a repetição tinha endereço certo: o tal aquecimento global. "Não se sabe se é humano", rebateu. E citou alguns períodos em que a temperatura da Terra se elevou muito mais do que agora.

Depois, sobrou para a agricultura familiar. "A China não vai alimentar um bilhão de pessoas com agricultura familiar."

Por fim, atirou naqueles que chamou de "neoesquerdistas" e "neodireitistas". "São sempre contra as idéias novas" - os transgênicos, por exemplo.

Lage foi na mesma linha do que já foi dito por aqui. Esquerdistas e direitistas - apesar dessas categorias não resistirem a uma análise rigorosa, mas aqui são tomadas por simplificação - são mesmo contra a ciência, contra as liberdades individuais, contra a propriedade privada e contra a democracia. Enfim, são contra a civilização.

Pena que a maioria dos coleguinhas continuem seguindo as mofadas cartilhas ideológicas do século XIX.