sábado, março 31, 2007

The Semantic Conception of Truth

Eu ainda estou na fase de me impressionar com o que a gente é capaz de encontrar na internet!
Tem muita gente que só a usa para falar com os amigos. Alguns alunos gostam de fazer "pesquisas" (leia-se Ctrl C/Ctrl V) - e tem professor que aceita.

Mas é possível encontrar coisas como esta http://www.crumpled.com/cp/classics/tarski.html
OK, OK, não é propriamente uma leitura de fim de semana.
Agora, só falta colocarem online o History of Economic Analysis, do Schumpeter - acho que ainda não está em domínio público.

quinta-feira, março 29, 2007

Watergate

Vejam que beleza! A Universidade do Texas pagou a bagatela de US$ 5 milhões e agora abriu parte da papelada da cobertura jornalística mais famosa dos EUA - do mundo, talvez. Ah se eu ainda estivesse dando aulas pra moçada!

http://www.hrc.utexas.edu/exhibitions/online/woodstein/

quarta-feira, março 28, 2007

Enfim, vida inteligente...

... nos estudos sobre jornalismo! Sai pra lá, teoria crítica! O último prego no caixão da turma de Frankfurt.

terça-feira, março 27, 2007

Já vai tarde

Desta o Tambosi vai gostar!

Do Comunique-se
Passando por sérias dificuldades financeiras, a
Agência Carta Maior corre o risco de interromper a produção de seu conteúdo ainda esta semana. O veículo perdeu um contrato de patrocínio com a Petrobras em dezembro e desde então os profissionais não recebem seu salário. Está marcada para dia 30 uma reunião para o grupo reavaliar a situação e decidir o futuro da agência.

Dia 26, o editor-chefe, Flávio Aguiar, escreveu
um editorial informando que o fechamento da revista é iminente, mas que a equipe segue fazendo todos os esforços possíveis para reverter a situação. Além da publicidade, a principal fonte de renda da Carta Maior é o patrocínio de projetos de cunho social. O veículo já encaminhou uma série deles para agentes fomentadores e segue aguardando uma resposta que pode oferecer novo fôlego à agência.

A transição do primeiro para o segundo governo Lula e as incertezas resultantes acerca do comando dos Ministérios e das estatais fizeram com que as verbas destinadas para publicidade em publicações à margem da grande imprensa, possuindo elas viés ideológico ou não, fossem paralisadas. Com isso, a Carta Maior e outros veículos foram prejudicados e passam por um período de crise.

Para minimizar a vulnerabilidade de veículos pequenos que dependem principalmente de verbas estatais, Aguiar defende o estabelecimento de uma política pública independente do governo da ocasião para apoiar esse setor da imprensa. Ele sugere que os balanços e editais de estatais e órgãos públicos, que são publicados em veículos de grande alcance, tenham também uma versão análoga para os veículos de menor porte.

“Essa imprensa alternativa é fundamental, ela é parte da democracia brasileira. O que cabe ao governo é favorecer uma política de estado que contribua para o estabelecimento de critérios equânimes, buscando o favorecimento da democracia de nosso país”, avaliou o editor-chefe de Carta Maior.

Ou seja, os caraminguás oficiais deixam de pingar e a revista "independente" não se sustenta. Independência, para este pessoal, é não estar ligado a uma empresa privada. Pode depender do governo, mas não de anúncios de empresas privadas. É o fim da picada!

sexta-feira, março 23, 2007

Parabéns!

A capital de todos os catarinenses faz 281 anos hoje.
Uma cidade apaixonante que tem sido tão maltratada nos últimos anos. Vivi lá por sete anos, enquanto cursava jornalismo na UFSC, e uns dois anos depois de formado.

Quando voltei a Floripa (os manezinhos não gostam desse apelido) no ano passado, depois de deixar São Paulo, me surpreendi. Mudara muito em tão pouco tempo. E pra pior. Faz tempo que não é mais uma cidade interiorana, traqüila, segura. A Globo mostrou uma matéria nesta semana sobre o uso de crack no centro da capital. É uma das cidades em que há mais usuários "pesados" da droga no país.
Abaixo, comentário meu no blog do Damião, a propósito de um poema saudosista sobre a Ilha de Santa Catarina.

Também eu concordo que Florianópolis está abandonada. A atual administração me parece um descalabro. As anteriores também não se preocuparam em planejar o crescimento da cidade. Ficou tudo ao acaso. Mesmo assim, desculpem-me, acho esse tipo de discurso saudosista demais. Essa Florianópolis aí não existe mais e nem vai voltar a existir. E ainda bem. Os saudosistas não conseguem reconhecer o óbvio: a mudança é inexorável. O que a gente precisa fazer é torná-la menos traumática, com muito planejamento. Florianópolis tem que se tornar uma cidade moderna, não voltar ao tempo em que o mar batia no mercado. Tudo bem, pode-se alegar que se trata de um desabafo, até mesmo de uma linguagem metafórica. Mas abandonemos o saudosismo. Floripa (os manés não gostam dessa palavra, não sei porque) tem que se tornar uma cidade "tecnológica". Muita modernidade para contrastar com as belezas naturais. São belezas diferentes, só isso. Nem melhor, nem pior.

É muita cara de pau!

DA AGÊNCIA FOLHA
A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), nomeou como assessoras especiais, lotadas em seu gabinete, a cabeleireira Manuella Figueiredo Barbosa e a esteticista Franciheli de Fátima Oliveira da Costa, que costumam atendê-la.
Os decretos com as nomeações foram publicados no "Diário Oficial" do Estado de 14 de fevereiro e não informavam o salário nem a natureza da atividade que passariam a exercer. As duas profissionais mantêm atividades fora do governo.
A Folha tentou falar ontem com a governadora por meio de sua assessoria, mas não obteve retorno.A reportagem tentou falar com a cabeleireira e com a esteticista, mas não conseguiu. No salão de beleza que pertence à Manuella Barbosa, a reportagem foi informada por telefone de que a governadora é cliente há "muitos anos" e que hoje a cabeleireira atende a petista no local de escolha desta.

quinta-feira, março 22, 2007

A Globo estava certa...

... e o Diogo Mainardi também! Enfim, cai a máscara de Franklin Martins (sempre há aqueles que não conseguiam ver o apetralhamento do colega). Dava um embrulho no estômago assistir aos comentários dele na Band.
Se ele for colocar no Planalto todos os coleguinhas apetralhados vai faltar cadeira.

segunda-feira, março 19, 2007

Aleluia!

Não agüento mais ouvir falar deste tal de aquecimento global! Ô coisinha chata! Não suporto histeria e terrorismo politicamente corretos. Mas até que enfim umas vozes dissonantes.
E só poderia vir do Canadá, mesmo. Se permitirem, é pra lá que eu vou.



Estudo coloca em dúvida os cálculos do aquecimento global

ORLANDO LIZAMA
da Efe, em Washington

Nos últimos meses, os alarmes em virtude das conseqüências do aquecimento global foram disparados com previsões de desastres naturais, perdas de colheitas e crise de fome em todo o mundo.
Desde o sombrio documentário do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, "Uma Verdade Inconveniente", ganhador de dois Oscar neste ano, e uma série de estudos e observações, todos concordam que o aquecimento é causado pelos gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono, que contaminam a atmosfera.
No entanto, segundo o pesquisador Bjarne Andresen, "todo o debate sobre o aquecimento global é uma fantasia". Segundo ele, o método utilizado para determinar o aquecimento global e suas conseqüências "é mais político do que científico".
Em artigo publicado na revista "Journal of Non-Equilibrium Thermodynamics", Andresen --do Instituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague-- afirma que o conceito de "temperatura global" é uma impossibilidade termodinâmica e matemática.
O cientista refere-se aos estudos que afirmam que, como conseqüência do aumento das temperaturas, o planeta sofrerá perdas de massas de gelo polar, aumento dos níveis dos oceanos, aumento das chuvas em algumas regiões e secas em outras, além do aumento da intensidade de furacões e tufões.
O último deles, publicado pela revista "Environmental Research Letters', afirmou nesta semana que o aquecimento global provocou uma perda na colheita de produtos essenciais para a dieta dos seres humanos em todo o planeta.
Segundo pesquisadores do Instituto Carnegie e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, entre 1981 e 2002, o aquecimento diminuiu a produção de trigo, milho e cevada em cerca de 40 bilhões de toneladas ao ano. Segundo os cientistas, este estudo mostra que a redução é originada no aquecimento causado pela atividade humana no planeta e que seus efeitos são imediatos.
"A maior parte das pessoas acha que a mudança climática é algo que terá um impacto futuro", afirmou Christopher Field, um dos autores do estudo e diretor do Departamento de Ecologia Global do Instituto Carnegie.
Além disso, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA revelou que este inverno no hemisfério norte foi o mais quente desde 1880. O órgão do governo dos EUA divulgou em seu site que, no período de dezembro a fevereiro, a temperatura foi 0,72ºC superior à média do século 20.
No entanto, segundo Andresen e os cientistas Christopher Essex, da Universidade de Western Ontário, e Ross McKitrick, da Universidade de Guelph, também em Ontário (Canadá), "é impossível falar em uma única temperatura em algo tão complexo quanto o clima da Terra".
Andresen afirma que a temperatura só pode ser definida em um sistema homogêneo, e o clima não pode ser determinado por apenas uma temperatura. 'São as diferenças de temperaturas que impulsionam o processo e criam as tempestades, correntes marinhas, trovões, que são as que constituem o clima", afirma.
"Não faz nenhum sentido falar em uma temperatura global para a Terra", porque existem elementos em todo o planeta que, segundo o especialista, não podem simplesmente ser somados e divididos.
Segundo os cientistas, existem duas formas de calcular as médias, a aritmética e a geométrica. Ambos dão resultados diferentes e ambos estão corretos.
É necessário um motivo forte para escolher um em demérito do outro e, "por isso, as previsões sobre desastre podem ser uma conseqüência do método usado", acrescentam Andresen e seus colegas.
Para eles, são necessários argumentos físicos para decidir pelo uso de um método de análise do estado da Terra, e "não a tradição".

sábado, março 17, 2007

Nas estrelas

Vejam só: o Brasil vai pesquisar a expansão do universo! Saudável, isso!
Só seria interessante levar essa idéia ao governo: por que não descobrir também como expandir "effepaiff"? Como fazer a economia crescer ao ritmo de um país em desenvolvimento, como fazem China, Índia, Coréia...?
Pensando bem, "azelite" - lideradas pelo ex-metalúrgico - já fazem como os cosmológos: vivem no mundo da lua.


RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma equipe de pesquisadores brasileiros vai participar do primeiro grande projeto internacional para investigar a energia escura, uma entidade cósmica de origem misteriosa que faz o Universo se expandir de maneira acelerada.
Em janeiro, cientistas de diversos institutos liderados pelo ON (Observatório Nacional) e pelo CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) firmaram acordo para participar do DES (Levantamento de Energia Escura, na sigla em inglês).
Com início previsto para 2010, o projeto usará um supertelescópio em Cerro Tololo, no Chile, para mapear grande parte do céu do hemisfério Sul.
"O objetivo é ter uma amostra estatística bastante grande de aglomerados de galáxias, para entender como é a distribuição deles", disse à Folha o coordenador do grupo brasileiro no DES, Luiz Nicolaci da Costa, do Observatório Nacional. "Isso permite criar vínculos [entre os dados] e medir a natureza da energia escura."
Para cumprir seu objetivo, o DES criará um grande volume de dados sobre distribuição de galáxias, aglomerados de galáxias, supernovas (explosões estelares) e matéria escura (que não emite radiação).
Tudo isso será observado em diversas freqüências de luz, o que permite medir precisamente com que velocidade essas estruturas se afastam entre si.

Lavagem cerebral

O aparelhamento do Estado continua pela trupe petralha. Depois de dominar os grotões com os programas assistencialistas (cujo objetivo é manter os pobres nesta condição para garantir o voto nas próximas eleições), agora o governo petista vem com a história de criar uma rede nacional de TV. Por quê? Ora, porque a "grande imprensa", a imprensa "dazelite", do malvado capital, só publica "mentiras". Mentira, aqui, entende-se por tudo aquilo que desagrada ao poder petista.
O negócio, agora, é conquistar corações e mentes. Como não somos um povo muito reconhecido pelo poder intelectual, não deverá ser uma tarefa muito difícil. Depois a gente diz que não sabe para onde vai tanto imposto!
A Folha de hoje traz uma matéria mostrando que, a exemplo do descalabro que aconteceu no orçamento dos jogos Panamericanos, a estimativa do governo para criar a tal TV petista está subestimado.


ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A criação de uma rede estatal de televisão, com cobertura em todo o território nacional, como anunciado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, pode custar no mínimo R$ 523,36 milhões, segundo cálculos de fabricantes e de engenheiros ouvidos pela Folha.
Na segunda-feira passada, Costa apresentou ao presidente Lula a proposta de criação da Rede Nacional de Televisão Pública, ligada ao Executivo, que implicará, segundo ele, em investimentos de R$ 250 milhões em quatro anos.
Na ocasião, Costa disse que a intenção é fazer com que o sinal da nova TV chegue a todos os municípios (5.564). Há no Brasil, segundo o IBGE, 4.458 municípios com população de até 30 mil, dos quais 1.370 têm menos de 5.000 habitantes.
Segundo informação dos fabricantes de equipamentos, o principal item de custo de uma rede nacional de TV é levar o sinal aos pequenos municípios. O custo de um posto de retransmissão mais simples, para localidades com até 10 mil habitantes, foi calculado pelo presidente da Abirt (Associação Brasileira da Indústria de Radiodifusão), Eduardo Santos de Araújo, em R$ 50 mil.
Ou seja, para cobrir os 2.581 municípios com essa população, seria necessário um investimento de R$ 129 milhões.Se o governo for instalar retransmissores em todos os municípios, gastará, pelo menos, R$ 443,36 milhões, fora o investimento na implantação da emissora que vai gerar a programação e colocá-la no satélite para ser retransmitida.
A projeção dos R$ 523,36 milhões foi feita com a máxima economia de custos. Pressupôs, por exemplo, o compartilhamento de torres de retransmissão com outras emissoras, e cessão de terrenos por prefeituras, prática que o ministro cogitou adotar no projeto.
Costa não explicou como chegou à sua cifra, de R$ 250 milhões. Em entrevista à Folha, na terça-feira, disse que se tratava de um número inicial, que precisa ser ""refinado".
Há vários pontos obscuros em relação à estrutura da TV estatal pretendida pelo ministro. O primeiro ponto refere-se à Radiobrás. Costa disse que não está decidido se será aproveitada a estrutura da Radiobrás, que cobre 30% do país.
Segundo especialistas, se o governo for implantar uma rede paralela à da Radiobrás, terá de instalar uma emissora geradora, que será a cabeça da rede. Uma geradora de médio porte, com capacidade de produzir 24 horas de programação, custa, no mínimo, R$ 84 milhões.
Costa afirmou, por meio de sua assessoria, que a decisão final sobre o projeto será dada pela Secom. Em relação ao custo apontado por fabricantes, disse que, se o projeto for compartilhado com Estados e municípios, diminuirá o dispêndio do governo, mas não comentou a diferença entre o valor apontado pelos fabricantes e sua projeção de R$ 250 milhões.

terça-feira, março 13, 2007

O politicamente correto está matando o humor

A Folha que me perdoe por copiar aqui textos quase todos os dias, mas é preciso compartilhar algumas coisas interessantes. Como esta entrevista do Jaguar.


SYLVIA COLOMBO

Aos 75 anos e ainda freqüentando de modo assíduo os botequins do Rio -e os da cidade onde estiver-, Jaguar encontrou a Folha num tradicional restaurante da rua São José, no centro da cidade, na tarde da última sexta-feira. O motivo da entrevista é o fato de ele estar agora à frente da coleção de humor da editora carioca Desiderata, publicando novos cartunistas e gente da época do "Pasquim", incluindo ele próprio. Entre os lançamentos vindouros, um livro de cartuns que ele havia publicado apenas na Argentina, há mais de 30 anos, e do qual não lembrava mais. "Voltei para o Rio, cai na gandaia, e esqueci dele." O título, sugestivo, é "Nadie Es Perfecto" (ninguém é perfeito).
Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista.

FOLHA - Como anda o cartum?
JAGUAR - O cartum é uma espécie em extinção. Tem muita gente publicando história em quadrinhos, charges, caricaturas. Não é a mesma coisa. Sou cartunista, mas sobrevivo fingindo que sou chargista. Se não, não pago as minhas contas.
FOLHA - Qual é a diferença essencial entre cartum e charge?
JAGUAR - Simples. Por exemplo. Hoje fiz uma charge sobre a visita do Bush. Desenhei o Lula chamando o Bush, que está indo embora do quadrinho. Só aparecem os pezinhos dele. Lula estica o dedo e chama: "Ei, ô companheiro, e a saideira?". Isso é uma charge. Uma piada que, daqui a cinco anos, ninguém vai entender, porque é em cima de uma circunstância.
FOLHA - E o cartum?
JAGUAR - É um troço que você faz sobre assuntos que daqui a 20 anos qualquer um entenderá. Um exemplo clássico, uma piada qualquer sobre o "Ricardão dentro do armário". Todo mundo sabe do que eu estou falando. Piadas sobre vida conjugal, sexual, todo mundo entende. Em qualquer época. Já piadas em cima de fatos políticos momentâneos vão ficando incompreensíveis.
FOLHA - E por que o cartum está em extinção?
JAGUAR - Porque ninguém mais publica. Eu não tenho onde publicar. De vez em quando emplaco um cartum. Mas tem de ser disfarçado de charge. Se não for assim, não passa.
FOLHA - O mundo está se desinteressando do humor?
JAGUAR - Pelo menos deste formato de humor, sim. Tanto que revistas no mundo todo estão desaparecendo. A única que ainda publica cartum de verdade é a "The New Yorker".
FOLHA - Há uma nostalgia excessiva com relação ao "Pasquim"? As pessoas romantizam demais essa época?
JAGUAR - Eu não tenho nostalgia nenhuma. Só quero saber o que vou fazer amanhã. Mas as pessoas ficam com esse papo: "Ah, no tempo do "Pasquim'". É uma bobagem, coisa de velho gagá. Como se tivesse sentido existir o "Pasquim" até hoje.
FOLHA - Quando lê os jornais, vê a influência do "Pasquim"?
JAGUAR - Os jornais mudaram muito. Mas acho que mudariam de qualquer jeito. Se não fosse por um lado, seria pelo outro. As coisas já estavam em transformação.
FOLHA - Mas você escreveu que, com o "Pasquim", a imprensa tirou o paletó e a gravata.
JAGUAR - É verdade, mas a mudança já estava acontecendo. O "Pasquim" deu certo porque as pessoas se identificaram. Por outro lado, posso dizer que quem começou essa transformação toda na imprensa brasileira fui eu, e por acidente.
FOLHA - Como assim?
JAGUAR - A gente tinha feito uma entrevista com o Ibrahim Sued. Fomos eu, o Tarso de Castro e o Sérgio Cabral. Mas depois todo mundo sumiu.
FOLHA - Sumiu?
JAGUAR - Sim, sumiu. Éramos um bando de porra-louca. Os dois foram para a farra e eu tive de tirar a entrevista sozinho. Só que eu não sou jornalista e não sabia fazer isso. E deixei o texto com o jeito coloquial mesmo. Virou nosso "estilo".
FOLHA - E pegou na hora?
JAGUAR - Não. Demorou. Os jornais resistiram a adotar o tom coloquial. Só depois que a publicidade começou a usá-lo é que a imprensa foi atrás. Mas hoje já acho que essa fórmula se esgotou.
FOLHA - Por quê?
JAGUAR - Nossas entrevistas ficavam boas porque éramos um monte de caras de porre que íamos falar com um coitado de um entrevistado que não tinha chance de abrir a boca. Passava um aperto danado. Depois que a coisa pegou, a imprensa começou a usar essa fórmula, só que para levantar a bola do entrevistado. Aí perdeu a graça.
FOLHA - Até quando, então, você acha que o "Pasquim" justificou a sua existência?
JAGUAR - O "Pasquim" foi uma experiência muito divertida, mas eu poderia tê-la diminuído em dez anos. Fiquei fazendo o jornal de teimoso. Me endividei. Foi um horror. Todos pularam fora e eu fiquei. O jornal perdeu a influência, a tiragem era pífia. Podia ter feito como os outros, que foram cuidar de suas vidas. Mas, não, fiquei lá, morando na redação, dormindo num colchonete debaixo da prancheta. Um maluco.
FOLHA - Dá para viver de cartum?
JAGUAR - Não. Eu trabalhei 17 anos no Banco do Brasil. E nunca faltei nem um dia. O banco foi fundamental. Não só pela grana, mas porque me ensinou a ser profissional. Sou um porra-louca, bêbado, alcoólatra, um monte de coisa. Mas nunca faltei no trabalho. Também nunca deixei de entregar um desenho no horário, no dia certo. Isso eu devo ao banco.
FOLHA - Houve um retrocesso no humor brasileiro com relação aos anos da ditadura?
JAGUAR - Sim. Essa coisa de não poder chamar crioulo de crioulo, por exemplo. Fui casado dez anos com uma crioula. Não é pejorativo. Não vou começar a dizer que casei com uma afro-descendente. É uma hipocrisia.Mas a maioria dos humoristas hoje é muito certinha. Criou-se um limite e, se a gente passa um pouco, leva pito. Eu não levo mais porque sou velho e sou o Jaguar. Aí as pessoas dizem: "Ah, é o Jaguar, deixa ele".

segunda-feira, março 12, 2007

Esquentou!

Na capa da Folha de hoje.


NELSON ASCHER
A política do aquecimento global

A visão de mundo da militância ecológica é regressiva, mística, medieval, paleolítica

TODOS OS anos uma quantidade de neve se deposita em lugares perpetuamente congelados como a Groenlândia. A neve se endurece e se transforma numa nova camada de gelo sobre a qual, entra ano, sai ano, outras semelhantes se sobrepõem. Com sondas, como as utilizadas na prospecção do petróleo, mas especialmente adaptadas, cientistas conseguiram retirar cilindros contínuos de gelo, com quilômetros de comprimento. Analisando a espessura de cada camada anualmente depositada, sua textura e composição, eles deduziram como era o clima do planeta seja há algumas centenas de anos, seja há muitos milhares.


O gelo não é o único fenômeno periódico que, desde que adequadamente observado e esmiuçado, revela detalhes importantes do passado terrestre. O mesmo se aplica a árvores milenares ou às sucessivas camadas de material orgânico que vão se depositando no fundo dos oceanos. Mais importante, porém, do que esses fenômenos é a combinação de todos, que permite calibrar com precisão as conclusões derivadas do exame de cada qual. Soma-se, ademais, à engenhosidade a experiência que possibilita a correção de erros anteriores.

Numa profundidade temporal de centenas de milhares ou de milhões de anos, as oscilações climáticas da Terra não são mais um mistério e é graças ao quadro que já temos delas que muitas das informações obtidas pela paleontologia, arqueologia e, cada vez mais, pelo estudo genético comparativo dos grupos humanos adquirem sentido, pois se torna possível situar tal ou qual fase da evolução da espécie num meio ambiente previamente deduzido. É difícil, portanto, para alguém que vê nisso tudo respostas brilhantes a perguntas que pairavam no ar, pôr em dúvida as projeções futuras dos climatologistas.

Afinal, a ciência envolvida é complexíssima não apenas para os leigos interessados, mas inclusive para os peritos de outras áreas. E, ainda assim, convém aos leigos colocar perguntas mais informadas e também interferir mais no processo decisório que vem depois da ciência. Por quê? Porque a questão do aquecimento global em seu conjunto e nas suas conseqüências transcende a ciência. Ela é política nos seus menores detalhes.

Digamos que o ritmo do aquecimento seja um fato inconteste e, mais, que sua principal razão seja o uso de combustíveis fósseis pelo ser humano. Digamos que a ciência e os modelos utilizados sejam muito melhores do que aqueles que, poucas décadas atrás, prometiam-nos uma nova glaciação ou a exaustão dos recursos naturais. Mesmo assim, a resposta à pergunta "o que fazer agora?" não pertence somente aos cientistas nem pode ser delegada a organizações internacionais ou transnacionais, como a ONU, que não contam com nenhuma medida de legitimidade democrática. Entregar-lhes a solução de qualquer problema rende em geral dois resultados paralelos, ambos negativos, a saber, a perpetuação do problema posto e a criação de um novo, que é o fortalecimento dessas instituições em detrimento das raras ainda democráticas que existem no âmbito de uma minoria de países.

Não é deste modo, contudo, que as inúmeras ONGs (muitas direta ou indiretamente subsidiadas por verbas de tais ou quais governos) e toda a militância verde e ecológica pensam esse assunto. Elas parecem entrever nele uma espécie de oportunidade de ouro não para resolver dilemas concretos, mas para impor-nos sua visão de mundo. Não é mistério que essa é regressiva, mística, medieval, quando não paleolítica, que ela odeia a tecnologia e a ciência (salvo os ramos que confirmem suas profecias) e, sobretudo, acha nossa civilização e modo de vida absolutamente pecaminosos. A ira sagrada que move tais militantes têm menos a ver com o bem-estar geral do maior número de pessoas do que com o fogo do inferno que deveria abrasar uma civilização que lhes contradiz diariamente os dogmas, uma civilização que garante mais vida a mais gente devido ao uso inteligente de outras fontes de energia além das tradicionais, isto é, a musculatura animal e humana.

Vale a pena acrescentar que o militante médio sabe tão pouco da ciência necessária quanto nós, os leigos em geral. Se não temos como julgar diretamente a qualidade da ciência e do aparente consenso que, por enquanto, garantem-nos que há um aquecimento global ocasionado por nossa espécie, podemos, como aliás fazem os cientistas para descobrir o clima de épocas e lugares onde não estavam, tentar deduzir indiretamente que intenções acompanham cada solução proposta, e não só podemos como precisamos avaliar politicamente seu impacto sobre nosso modo de vida.

domingo, março 11, 2007

Imposturas intelectuais

Entrevista do Alan Sokal na Folha de hoje:

O jargão incompreensível
O físico Alan Sokal relembra seu ataque bombástico aos pós-modernos, 11 anos atrás

E m 1996, o físico americano Alan Sokal provocou uma enorme turbulência no meio intelectual, sobretudo entre os chamados pós-modernos, ao pregar uma peça na revista "Social Text". Ele enviou à revista de ciências humanas -afinadas com essa linha teórica- um texto sem pé nem cabeça, mas que se servia de um pesado linguajar acadêmico, a começar pelo título: "Atravessando as Fronteiras - Em Direção a uma Hermenêutica Transformativa de Gravidade Quântica". Seu objetivo era provar que obras de autores como Gilles Deleuze, Félix Guattari e Julia Kristeva eram pouco rigorosas, além de todos, segundo Sokal, serem avessos à possibilidade de alcançar um conhecimento objetivo das coisas. Meses depois, revelaria o embuste, que acabaria por desenvolver no livro "Imposturas Intelectuais" (ed. Record), escrito em parceria com o também físico Jean Bricmont. Onze anos depois da celeuma, Sokal fala à Folha sobre o que mudou desde então e compara os "estilos" de Baudrillard, Deleuze e Kristeva. (MARCOS FLAMÍNIO PERES)

FOLHA - Como o sr. avalia o caso "Social Text", passados 11 anos? O que mudou hoje?
ALAN SOKAL - Acredito que o escândalo em torno da publicação de meu artigo paródico na "Social Text" -e, mais tarde, a publicação de meu livro "Imposturas Intelectuais", em co-autoria com Jean Bricmont-, teve um efeito salutar, pois estimulou o debate sobre o abuso do jargão por alguns pós-modernistas proeminentes. Estudantes e professores não ficam mais intimidados em dizer "não entendo isso. O que de fato isso significa?".

FOLHA - O que o sr. critica na obra e nos textos de Baudrillard?
SOKAL - Muitos dos textos dele são escritos em um estilo pomposo que parece ser profundo, mas cujo significado preciso (no caso de haver algum) está longe de ser claro. Bricmont e eu concluímos nossa análise dos abusos de Baudrillard afirmando que "se encontram nas obras dele uma profusão de termos científicos, usados com displicência em relação a seus significados, e, acima de tudo, em um contexto em que são claramente irrelevantes. [...] Além disso, a terminologia científica vem misturada com um vocabulário não-científico, que é empregado com igual falta de rigor".


FOLHA - A "invasão" de pensadores franceses, como Baudrillard, sempre foi vista com restrição em alguns círculos acadêmicos dos EUA. O sr. se coloca entre eles?
SOKAL - Para mim, as idéias não têm nacionalidade. Boas idéias devem ser aceitas não importa de onde venham; más idéias devem ser rejeitadas, não importa de onde venham.A nacionalidade de um autor é irrelevante.

sexta-feira, março 09, 2007

Genial


Olhem só o que eu surrupiei do blog do Claudio Shikida.

Indigente

À meia dúzia de três ou quatro amigos que freqüentam este blog, explico que ativei a moderação dos comentários por causa de um petralha mal-educado (redundância?). Sou tolerante, mas não vamos abusar.

O cara tem medo de discutir. O único objetivo é ofender. Típico. Um indigente intelectual.

quinta-feira, março 08, 2007

Isso é que é um democrata!

Do site da Abraji:


Chávez ataca repórter do G1 em coletiva

O correspondente em Caracas do G1, portal de notícias da Globo em São Paulo, foi atacado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante uma entrevista coletiva, no dia 24 de fevereiro, no Palácio Miraflores. A Globo não confirma o nome do repórter, mas as matérias do G1 são assinadas por Pablo López Guelli.


Chávez disse ao jornalista que ele corria "um grave risco" ao questionar a liberdade de expressão no país, já que "não conhece a Venezuela, está chegando agora e é audaz ao estar emitindo opiniões". Antes mesmo do repórter ser sorteado e fazer sua pergunta, o presidente afirmou que ele era “bem-vindo como cidadão sul-americano”, mas que o jornal “O Globo não era”.

O repóter questionou o presidente baseando-se em dois acontecimentos recentes: uma manifestação em apoio a um comediante que foi condenado pela Justiça a pagar US$ 19.600 (cerca de R$ 40 mil) por ter escrito uma carta no jornal local “Tal Cual”, em que citava a filha de Chávez. E o segundo, sobre a decisão da administração federal de não renovar a permissão de uso da freqüência à Radio Caracas Televisión, uma das mais antigas do país, e que faz oposição ao governo.

O presidente respondeu que no país há “liberdade de expressão até em excesso”. Sobre o comediante, afirmou que foi uma decisão judicial com a qual ele não estaria envolvido e que não daria explicações sobre a não concessão à rádio. No ataque ao jornal O Globo, Chávez também disse que os proprietários pertencem à “pior espécie da extrema-direita” e que há anos atuam contra a integridade da Venezuela, do povo venezuelano e contra ele.

Nelson González Leal, assessor de comunicação e política da Embaixada da Venezuela no Brasil, disse que não sabia do ocorrido, mas afirmou que nenhum jornalista corre riscos no país, sejam eles estrangeiros ou venezuelanos. Segundo ele, pode ter havido excesso dos dois lados, tanto do jornalista quanto do presidente, durante a entrevista.

terça-feira, março 06, 2007

Polícia ineficiente mata inocente

Da Folha de hoje:

Uma menina de 12 anos foi morta ontem no morro dos Macacos, em Vila Isabel (zona norte do Rio), atingida por uma bala perdida durante operação da Polícia Militar. Outros dois adolescentes de 16 anos, apontados pela polícia como criminosos, também foram mortos.

A estudante Alana Ezequiel acabara de deixar a irmã de dois anos na creche e ia para casa quando foi atingida na região lombar. Atendida no hospital do Andaraí, morreu às 8h55. A bala perfurou a região lombar e atingiu o pulmão e o fígado.

Ao saber da morte da filha, no hospital federal do Andaraí, a mãe de Alana, Edna Ezequiel, 29, se desesperou: "Quero ver minha filha! Quero ver minha filha agora!" O corpo da menina e dos dois supostos criminosos chegaram ao IML (Instituto Médico Legal) às 18h50.

Três testemunhas disseram a agentes da 20ª DP (Vila Isabel) que os disparos teriam partido de traficantes. Quatro PMs que estavam na operação também depuseram.

"Provavelmente o disparo que atingiu a menina partiu dos traficantes. Mas só depois da perícia técnica poderemos ter alguma certeza", disse o delegado Marcus Neves.O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, disse, "preliminarmente", que a menina "não foi alvejada pela polícia".
-------

Não há distinção de classe social, como querem alguns. A mídia, com todos os seus defeitos, está dando espaço para todos os crimes bárbaros que se repetem todo santo dia no Bananão. A foto da mãe da menina está na capa da Folha de hoje.

A indignação só foi maior, no caso do menino João Hélio, pela extrema crueldade. Vejam só: estamos tão acostumados com a bandidagem que fazemos até um ranking da crueldade. A ponto de a mulher do ministro Mantega dizer que os bandidos que roubaram a casa em que estavam visitando foram bacanas porque só queriam dinheiro. Ou seja: são bonzinhos porque só roubaram dinheiro; não mataram ninguém. Estamos perdidos, mesmo.

Ah, ia esquecendo: a morte da menina Alana deve, sim, ser da responsabilidade da polícia. Não importa se a arma que a matou foi dos bandidos. O que importa é que a polícia provocou a situação que resultou na perda da vida de uma garotinha. Essas "operações" da polícia do Rio são inócuas, só para inglês ver. Só matam inocentes.

Por que não tomam os morros de verdade das mãos dos bandidos? Chegam lá, dão uns tirinhos, matam uma meia dúzia de gente que não tinha nada a ver com a bandidagem e fica por isso mesmo. Gastam dinheiro para matar crianças. (Notem que não estou me referindo aos adolescentes cooptados pelo crime, não. Para esses, cadeia.)



segunda-feira, março 05, 2007

Humanos?

O filósofo Renato Janine Ribeiro foi muito criticado por escrever, na Folha, que desejou a morte dos animais que trucidaram o menino João Hélio, no Rio.

Não, aqui no Bananão ninguém pode ir contra a corrente politicamente correta. E notem que em nenhum momento ele defendeu a pena de morte ou qualquer outro castigo. Disse apenas o que estava sentindo.

Mas a idiotia politicamente correta exige que os "jovens" sejam tratados com todas as regalias ditadas pelos direitos humanos. Ocorre que, nesse e em outros casos semelhantes (como o de que trato abaixo), os bandidaços estão a anos-luz de qualquer coisa que se possa denominar como "humano". Não fazem parte dessa categoria. Óh!

Outra moda que está "pegando" é a de analisar esses casos de violência como se tivessem um viés de luta de classes. Volto a esse tema depois.

Leiam abaixo (do www.clicrbs.com.br) sobre outra aberração e respondam: que tipo de castigo merece um animal que faz uma coisa destas?



Homem teria se passado por pai da menina morta em Joinville

O homem visto com a menina Gabrielli Cristina Eichholz, encontrada morta no templo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Joinville, no sábado, teria se passado por pai da vítima.
Segundo a reportagem da RBS TV, uma das monitoras que cuidava da menina teria entregado a criança a este homem.
Com esses dados, a polícia já levanta a hipótese de que o crime tenha sido cometido fora da igreja. De acordo com o delegado Rodrigo Bueno Russo, responsável pelo inquérito, um perito acompanha a equipe de investigação para tentar apurar a duração do crime, as posições em que estavam a vítima e o autor do crime.
Hoje de manhã, o delegado foi com a equipe policial à igreja para fazer o levantamento do local do crime. As monitoras que cuidavam de várias crianças enquanto os adultos participavam de um culto também estão no templo. Segundo o delegado, ainda serão ouvidas as pessoas responsáveis pela manutenção da igreja e pela realização do culto.
Gabrielli Cristina, de um ano e meio, foi estuprada e estrangulada. O corpo foi encontrado dentro da pia batismal, que estava com cerca de 30 centímetros de água.
COM INFORMAÇÕES DA CBN/DIÁRIO E RBS TV

sexta-feira, março 02, 2007

De lascar

Fazia tempo que eu não sentia tanto calor. Passou dos 30 graus em várias cidades do estado. Em Blumenau a sensação térmica passou dos 40! Criciúma não ficou muito longe. Aqui em Balneário Camboriú, a água do mar chega a estar quente.
Estava na cara no que ia dar: frente fria da brava vindo do Rio Grande do Sul. A meteorologia está prevendo chuvas e temporais intensos. Se aliviar a temperatura...