Depois a gente não entende porque a criminalidade aumenta "neffepaiff". Como bem sabe todo estudante de primeiro ano de economia, bandido também faz cálculo de custo benefício. E isso envolve avaliar os riscos da "empreitada".
Vai cometer um crime? Quais os riscos de ser preso? Em sendo preso, qual a probabilidade de a pena ser grande? Qualquer um que more no brazilsão sabe que as chances de ficar preso por muito tempo são remotas. Logo, roube-se, mate-se e livre-se!
Mas o que você está querendo dizer com isso, rapaz? Explico. Mateus Meira, o doidaço que meteu bala numa platéria de cinema em Sampa matando três e ferindo vários, poderá pedir a tal da "progressão da pena" para o regime semi-aberto. É que os brilhantes desembargadores de São Paulo reduziram a pena do sujeito de mais de 100 anos para 48. A pena anterior era a soma pela condenação dos vários crimes cometidos pelo estudante de medicina naquele mesmo dia. Mas, com base na nossa moderníssima legislação, os desembargadores chegaram à brilhante conclusão de que os crimes todos foram praticados no mesmo ato e deveriam ser julgados como se fossem um só.
Assim, ao cumprir um sexto da pena ele pode pedir para sair de vez em quando e, quem sabe, assistir a uns filmezinhos por aí. Como já está preso há sete anos, no fim deste 2007 poderá pedir a semi-aberta.
Ah, um detalhezinho importante: o doidão confessou que mandou matar uma testemunha de acusação do processo. O crime só não foi levado a cabo porque o doidaço se desentendeu com o gente fina que contratara para executá-lo (executar o crime, não o doidaço).
Resumo da ópera: o cara mata três, fere um monte, manda matar uma testemunha de acusação no processo contra ele, cumpre sete anos de prisão e sai rindo da nossa cara. E tudo isso dentro da lei. Estas lei só podem ser feitas pelos bandidos. Um país assim tem como dar certo?
quarta-feira, janeiro 31, 2007
domingo, janeiro 28, 2007
Sobre governos e mercados
Vejam como este parágrafo de Principles of Economics (Gregory Mankiw) tem tudo a ver com o post anterior.
"To say that the government can improve on markets outcomes at times does
not mean that it always will. Public policy is made not by angels but by a political
process that is far from perfect. Sometimes policies are designed simply to reward
the politically powerful. Sometimes they are made by well-intentioned leaders
who are not fully informed. One goal of the study of economics is to help you
judge when a government policy is justifiable to promote efficiency or equity and
when it is not." (p. 10)
Não falei que os caras não estudam economia?!
"To say that the government can improve on markets outcomes at times does
not mean that it always will. Public policy is made not by angels but by a political
process that is far from perfect. Sometimes policies are designed simply to reward
the politically powerful. Sometimes they are made by well-intentioned leaders
who are not fully informed. One goal of the study of economics is to help you
judge when a government policy is justifiable to promote efficiency or equity and
when it is not." (p. 10)
Não falei que os caras não estudam economia?!
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Notícias do Brasil
Não tem nada a ver com PAC, não. São duas notícias que vi na televisão ontem à noite que dão a medida exata do que é o brasilzão.
1. Há milhares de crianças na fila de adoção, mas as regras dificultam o processo. Os casais brasileiros preferem as crianças recém-nascidas, de pele clara. Já os estrangeiros não dão bola para a cor da pele. Logo, num país como o Brasil, a tendência seria que os estrangeiros adotassem mais crianças, certo? Errado. Não aqui. O número de adoção por estrangeiros caiu nos últimos dois anos. O Estado, que nada faz por nós a não ser cobrar impostos altíssimos, impede que nossas crianças pobres e abandonadas tenham um futuro melhor alhures.
2. Em algumas cidades do sertão nordestino, algumas mulheres descobriram uma fonte de renda alternativa: parir! Estimuladas pelo salário maternidade, algumas delas têm um filho por ano. Uma moça de 27 anos tem nove filhos. O salário maternidade, que deveria ser usado para criar os filhos, é usado na construção de casebres e até para comprar cabras. ´
O pessoal do governo deveria estudar Economia. Medidas como o salário maternidade, mesmo que criadas com boa intenção, pode redundar em aberrações como essas. Esse é um ótimo exemplo de verificação de um pressuposto da microeconomia: as pessoas reagem a incentivos. Se o governo me paga para ter filhos, por que não os teria? O resultado é claro: o alastramento da pobreza numa região já miserável. É preciso que o governo deixe de populismo e estude mais, para não fazer bobagens monumentais, como essa.
1. Há milhares de crianças na fila de adoção, mas as regras dificultam o processo. Os casais brasileiros preferem as crianças recém-nascidas, de pele clara. Já os estrangeiros não dão bola para a cor da pele. Logo, num país como o Brasil, a tendência seria que os estrangeiros adotassem mais crianças, certo? Errado. Não aqui. O número de adoção por estrangeiros caiu nos últimos dois anos. O Estado, que nada faz por nós a não ser cobrar impostos altíssimos, impede que nossas crianças pobres e abandonadas tenham um futuro melhor alhures.
2. Em algumas cidades do sertão nordestino, algumas mulheres descobriram uma fonte de renda alternativa: parir! Estimuladas pelo salário maternidade, algumas delas têm um filho por ano. Uma moça de 27 anos tem nove filhos. O salário maternidade, que deveria ser usado para criar os filhos, é usado na construção de casebres e até para comprar cabras. ´
O pessoal do governo deveria estudar Economia. Medidas como o salário maternidade, mesmo que criadas com boa intenção, pode redundar em aberrações como essas. Esse é um ótimo exemplo de verificação de um pressuposto da microeconomia: as pessoas reagem a incentivos. Se o governo me paga para ter filhos, por que não os teria? O resultado é claro: o alastramento da pobreza numa região já miserável. É preciso que o governo deixe de populismo e estude mais, para não fazer bobagens monumentais, como essa.
terça-feira, janeiro 16, 2007
Matéria minha na Foco
De volta das "férias". Sem muita inspiração e ainda em crise de identidade (do blog, diga-se), deixo um link de uma matéria que publiquei na revista Foco Economia.
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