terça-feira, dezembro 11, 2007

Aridez

Andei meio sumido, eu sei. Como não sou rico, preciso trabalhar. Estive na redação de um veículo de comunicação aqui do Sul. Como andam modorrentas estas redações. Uma molecada não sei se arrogante ou se tímida que se esconde à frente da tela do computador. Uma aridez só.

Não é um fenômeno local, não. No país inteiro é assim. As redações costumam ter um clima sepulcral. As discussões, quando ocorrem, costumam ser um punhado de lugares comuns. Na maioria das vezes, reles tentativa de demonstração de "cultura". E o significado dessa palavra é quase sempre reduzido a coisas como cinema e música - quando muito, teatro. Literatura anda meio em baixa. Ciência? Nem pensar.

Sim, mas eu também não tenho muita paciência para papo cabeça do pessoal da "cultura". Muito menos para discussões políticas que resvalam para o lugar comum, para os clichês e frases feitas tiradas de cartilhas de grupelhos "de esquerda". Dão-me ânsia de vômito.

Quatro dias trabalhando fora foram suficientes para sentir uma baita falta do isolamento de meu escritório residencial. Pelo menos aqui posso de debater com gente bem mais interessante. Ora com Chaim Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca, ora com Mirowski, ou então Machado ou Carl Sagan. Como as pessoas andam desinteressantes! Ou estarei eu ainda mais rabugento do que de costume? Acho que as duas coisas.

Mas há exceções. Pelo menos soube que um amigo anda fazendo a festa na bolsa de valores. Aprendi alguma coisa útil nestes quatro dias, sem dúvida. Huuum, acho que vou pensar melhor neste assunto.

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