Dois anos e cinco meses depois da vó, foi a vez do vô. Seu Antoninho nos deixou na quinta-feira passada, dia 23, aos 91 anos. Na semana passada, a esta hora, eu estava a caminho de Araranguá para o velório.
Ele já estivera no hospital duas semanas antes. O coração estava parando. Os médicos não acreditavam como ele ainda estava vivo com o coração tão fraco. Mas era porque era muito forte. Resistiu e ainda conseguiu voltar pra casa.
No domingo, dia 19, fui me despedir dele. Estava corado e comendo um pirão de caldo de galinha. Como sempre, me ofereceu, mas eu resisti bravamente. Ele já não sentia o gosto direito, mas, pelo cheiro, aquilo estava delicioso.
Analfabeto, criou dez filhos, junto com a Dona Ceci. A vida era dura no Arroio do Silva lá pela metade do século passado. Faltava quase tudo. Mesmo assim, o vô abriu um pequeno comércio, que mais se transformou no maior supermercado da cidade, já tocado pelos meus tios.
A imagem que vou guardar sempre é ele sentado na área do sobrado, fazendo rede de pescar. Era o ganha-pão já na velhice. Guardou dinheiro ao longo da vida suficiente para emprestar a um e outro, não sem um jurinho básico.
Pra mim, deixou duas lições importantes: "guarde sempre 10% do que ganhar e nunca negue um prato de comida a quem está com fome, meu filho".
Agora, no final, só falava em "ir com a minha velha". Foi.
4 comentários:
Puxa, PH. Eu sinto muito, muito mesmo. Tive que dar um tempo no BaldiBlog (por um bom motivo!) mas continuo acompanhando os amigos de Santa, de quem tenho muitas saudades.
Façam contato no alebaldi@terra.com.br
Abraços
Alexandra
Muito obrigado, querida.
Que bom que foi por um bom motivo, então.
abs
tudibom
Lamento, meu irmão. Chega um hora de descansar. A nossa chega também. Quiçá com a graça com que foi teu avô.
Abraços e força!
PH, aqui é o Ross do blog "Sonho no Canada". Me passe o seu email q eu te mando mais informações a respeito de abrir conta por lá..
Abraço
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