O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por suposto abuso de poder econômico na última eleição. Se fosse um petista, a matilha petralha diria que tudo não passara de "golpismo". Golpe - e outras derivadas, como golpismo, golpista - é a palavra do momento na boca da tropa de choque petista, que conta com a participação de coleguinhas jornalistas ilustres, como Luis Nassif.
E não estou aqui defendendo o governador, não. Nem sequer o conheço. Fica muito longe daqui de Santa Catarina. Se abusou do poder econômico, que perca o mandato mesmo.
terça-feira, julho 31, 2007
segunda-feira, julho 30, 2007
Oportunistas
E o oportunismo petista não tem limites. Notem que, quando a informação lhes convém, não há reparos quanto à Veja. Mas quando a revista critica o governo, daí então passa a ser golpista. Se a matéria desta semana dissesse que a culpa pelo acidente é do governo, seria atirada na vala comum do golpismo.
Aliás, esse discurso de golpismo é muito interessante. Coleguinhas chapa-branca de hoje reclamam dos que criticam o governo - papel de toda imprensa que se preze. Para os bajuladores de agora, os críticos querem dar um golpe no apedeuta. Engraçado isso. Quer dizer que eles podiam desancar o FHC, todo santo dia, toda santa semana, mas agora não se pode fazer o mesmo com o Luis Inércio?
Hoje, qualquer crítica ao governo é interpretada como tentativa de golpe; é preconceito contra o metalúrgico pobre que veio do Nordeste; é preconceito contra os nordestinos, e blá, blá, blá. A grande mídia é "golpista". Já as "cartas" e "caros" fazem jornalismo "independente". Só eles têm o direito de fazer oposição, são a reserva moral "deffepaiff". É de chorar de rir.
Aliás, esse discurso de golpismo é muito interessante. Coleguinhas chapa-branca de hoje reclamam dos que criticam o governo - papel de toda imprensa que se preze. Para os bajuladores de agora, os críticos querem dar um golpe no apedeuta. Engraçado isso. Quer dizer que eles podiam desancar o FHC, todo santo dia, toda santa semana, mas agora não se pode fazer o mesmo com o Luis Inércio?
Hoje, qualquer crítica ao governo é interpretada como tentativa de golpe; é preconceito contra o metalúrgico pobre que veio do Nordeste; é preconceito contra os nordestinos, e blá, blá, blá. A grande mídia é "golpista". Já as "cartas" e "caros" fazem jornalismo "independente". Só eles têm o direito de fazer oposição, são a reserva moral "deffepaiff". É de chorar de rir.
Só aqui
Capitaneados pelo finíssimo Sargento Garcia, os petistas estão comemorando a matéria da Veja desta semana que informa ter havido erro dos pilotos do jato da Tam no acidente que matou quase 200 pessoas. Na lógica torta e desumana dessa gente (?), isso exime o desgoverno de qualquer responsabilidade.
Oportunistas como sempre, esquecem de citar uma parte fundamental da reportagem: a de que pelo menos outros dois erros semelhantes ocorreram com aviões de mesmo modelo, nas Filipinas, em 1998, e em Taipei, em 2004. No primeiro, três pessoas morreram, nenhum deles estava no avião, mas em terra. No segundo, nem sequer feridos gravemente. Ambos os aeroportos tinham vastas áreas de escape e pistas maiores do que a de Congonhas.
Por que só aqui morreram todos os passageiros e tripulantes? Perguntem ao apedeuta - ou ao novo ministro, aquele mesmo que se orgulha de ter estuprado o texto constitucional de 1988.
Oportunistas como sempre, esquecem de citar uma parte fundamental da reportagem: a de que pelo menos outros dois erros semelhantes ocorreram com aviões de mesmo modelo, nas Filipinas, em 1998, e em Taipei, em 2004. No primeiro, três pessoas morreram, nenhum deles estava no avião, mas em terra. No segundo, nem sequer feridos gravemente. Ambos os aeroportos tinham vastas áreas de escape e pistas maiores do que a de Congonhas.
Por que só aqui morreram todos os passageiros e tripulantes? Perguntem ao apedeuta - ou ao novo ministro, aquele mesmo que se orgulha de ter estuprado o texto constitucional de 1988.
quarta-feira, julho 25, 2007
A bruxa tá solta
Outro Airbus da Tam apresenta problema em uma das turbinas e faz um pouso não programado em Londrina. Um avião da FAB perde um pedaço da carenagem na Amazônia e faz pouso de emergência. E parte do teto do aeroporto de Viracopos desaba.
E para piorar tudo isso, o inepto Waldir Pires é substituído pelo asqueroso Nelson Jobim, o douto que estuprou o texto constitucional de 1988 e roubou um sino do colégio onde estudou. Dizer que parecemos o Congo, como sugeriu um cara da delegação americana no Pan, é ofender os africanos.
E para piorar tudo isso, o inepto Waldir Pires é substituído pelo asqueroso Nelson Jobim, o douto que estuprou o texto constitucional de 1988 e roubou um sino do colégio onde estudou. Dizer que parecemos o Congo, como sugeriu um cara da delegação americana no Pan, é ofender os africanos.
A incompetência não tem limite
Uma semana depois da tragédia, algumas coisas estão bem claras - e mostram quão indigentes são nossas autoridades federais.
1. A pista de Congonhas sempre foi inadequada para aviões de grande porte.
2. A pista principal foi liberada antes de completada a reforma por pressão das empresas aéreas.
3. Anac e Infraero cederam às pressões.
4. A pista não poderia funcionar em dias de chuva.
5. Mesmo assim a Tam colocou para pousar lá um avião com defeito no sistema de frenagem.
6. Uma hora antes do pouso fatídico, uma dupla de "experts" da Infraero fez uma inspeção e liberou a pista para pousos. Detalhe: a inspeção foi "visual", ou seja, os caras só olharam para a pista e pronto. Deviam ter olho biônico para detectar se a lâmina d´água era inferior a 3 mm (pouco mais do que a espessura de uma moeda de 50 centavos).
7. A pista de Congonhas começa a desmoronar.
8. Enquanto tudo isso acontece e 200 pessoas perdem a vida num aeroporto superlotado, os aeroportos de Vira Copos (Campinas) e Confins (Belo Horizonte) operam abaixo de suas capacidades. Ambas ficam longe de áreas urbanas, têm pistas muito maiores do que a de Congonhas e áreas de escape.
9. Por pressão das empresas, Infraero e Anac não foram capazes de deslocar os vôos de Congonhas - nem mesmo com os problemas gerados depois do acidente com o Boeing da Gol, no ano passado.
10. A culpa é do governo, sem dúvida. Não fiscaliza e cede às pressões das companhias, não planeja o funcionamento do sistema aéreo, não zela pela seguranças das pessoas. Inepto - para não dizer assassino. E ainda passam a vergonha de confundir uma sucata com a caixa preta do avião.
1. A pista de Congonhas sempre foi inadequada para aviões de grande porte.
2. A pista principal foi liberada antes de completada a reforma por pressão das empresas aéreas.
3. Anac e Infraero cederam às pressões.
4. A pista não poderia funcionar em dias de chuva.
5. Mesmo assim a Tam colocou para pousar lá um avião com defeito no sistema de frenagem.
6. Uma hora antes do pouso fatídico, uma dupla de "experts" da Infraero fez uma inspeção e liberou a pista para pousos. Detalhe: a inspeção foi "visual", ou seja, os caras só olharam para a pista e pronto. Deviam ter olho biônico para detectar se a lâmina d´água era inferior a 3 mm (pouco mais do que a espessura de uma moeda de 50 centavos).
7. A pista de Congonhas começa a desmoronar.
8. Enquanto tudo isso acontece e 200 pessoas perdem a vida num aeroporto superlotado, os aeroportos de Vira Copos (Campinas) e Confins (Belo Horizonte) operam abaixo de suas capacidades. Ambas ficam longe de áreas urbanas, têm pistas muito maiores do que a de Congonhas e áreas de escape.
9. Por pressão das empresas, Infraero e Anac não foram capazes de deslocar os vôos de Congonhas - nem mesmo com os problemas gerados depois do acidente com o Boeing da Gol, no ano passado.
10. A culpa é do governo, sem dúvida. Não fiscaliza e cede às pressões das companhias, não planeja o funcionamento do sistema aéreo, não zela pela seguranças das pessoas. Inepto - para não dizer assassino. E ainda passam a vergonha de confundir uma sucata com a caixa preta do avião.
quinta-feira, julho 19, 2007
Tudo o que eu queria dizer
O que ocorreu não foi acidente, foi crime
FRANCISCO DAUDT
COLUNISTA DA REVISTA DA FOLHA
Gostaria imensamente de ter minha dor amenizada por uma manchete que estampasse, em letras garrafais, "GOVERNO ASSASSINA MAIS DE 200 PESSOAS". O assassino não é só aquele que enfia a faca, mas o que, sabendo que o crime vai ocorrer, nada faz para impedi-lo. O que ocorreu não pode ser chamado de acidente, vamos dar o nome certo: crime.
Remeto-me ao livro de García Marquez, "Crônica de uma morte anunciada". Todos sabiam e ninguém fez nada. E não me refiro a você, leitor, que se consome em sua impotência diante deste e de tantos descalabros que vimos assistindo semanalmente. Ao ponto de a ministra se permitir ao deboche extremo do "relaxa e goza'? Será esta sua recomendação aos parentes das novas vítimas? Refiro-me às autoridades (in)competentes, inapetentes de trabalho gestor. Refiro-me ao presidente Lula, que, há quantos meses, ó Senhor, disse em uma de suas bazófias inconseqüentes que queria "data e hora para o apagão aéreo acabar", como se não dispusesse da devida autoridade para tal.
Sinto pena de não ter estado na abertura do Pan, de não ter engrossado aquelas bem merecidas vaias. Talvez o presidente não se importe tanto, afinal, quem viaja de avião não é beneficiário de sua bolsa-esmola, não faz parte do seu particular curral eleitoral cevado com o dinheiro que ele arranca de nós. Devem fazer parte das tais "elites", que é como ele escarnece da classe média que faz (apesar do governo) o país crescer.
Qual de nós escapou do medo de voar desde o desastre da Gol HÁ NOVE MESES? Qual de nós assistiu confortável o jogo de empurra, "a culpa é dos controladores'; "não, é do ministério da defesa'; "a mídia também exagera tudo'; "é do lobby das empreiteiras que só querem fazer obras inúteis e superfaturadas nos aeroportos". Qual de nós deixou de ficar perplexo com a falta de ação efetiva para que o problema se resolvesse?
Perdão, acho que a tal falta de ação geral de governo é de tamanho tão extenso e dura tanto tempo que muitos de nós a ela nos acostumamos. Sou psicanalista, e, por dever de ofício, devo escutar o que meus clientes queiram dizer. Pois nunca pensei que fosse pronunciar no consultório uma frase que venho repetindo há algum tempo, depois de que mensalões, valeriodutos, Land-Rovers, dólares na cueca, dossiês fajutos, renans calheiros, criminalidade, insegurança pública, impunidade, pizzas e tudo isso que o leitor já sabe se despejam fétida, diária e gosmentamente sobre nossas cabeças. A tal frase: "Não quero falar desse assunto". Os pacientes me respondem com alívio, "Ufa, eu também não!' É o desabafo da impotência partilhada. "Welcome to Congo'? Talvez seja um insulto ao Congo.
Pois agora quero falar deste assunto. Deram-me a oportunidade de ser menos impotente. Sei que falo por uma enorme quantidade de brasileiros trabalhadores que sustentam essa máquina de (des)governo, muitos mais que os 90 mil do Maracanã, para expressar o nojo e a raiva que esse acúmulo de barbaridades nos provoca.
O governo sairá da inação, da omissão criminosa? Alguém será preso, punido por todas essas coisas? Infelizmente, duvido. Talvez condenem a mim, por ter deixado o coração explodir. Pagarei o preço alegremente, lembrando Graciliano Ramos, que, visitado no cárcere, travou com o amigo o seguinte diálogo: - Puxa, Graça, você, aí dentro, de novo? - E você, o que faz aí fora? Nestes tempos, lugar de homem honesto é na cadeia.
FRANCISCO DAUDT , 59, é psicanalista e colunista da Revista da Folha
FRANCISCO DAUDT
COLUNISTA DA REVISTA DA FOLHA
Gostaria imensamente de ter minha dor amenizada por uma manchete que estampasse, em letras garrafais, "GOVERNO ASSASSINA MAIS DE 200 PESSOAS". O assassino não é só aquele que enfia a faca, mas o que, sabendo que o crime vai ocorrer, nada faz para impedi-lo. O que ocorreu não pode ser chamado de acidente, vamos dar o nome certo: crime.
Remeto-me ao livro de García Marquez, "Crônica de uma morte anunciada". Todos sabiam e ninguém fez nada. E não me refiro a você, leitor, que se consome em sua impotência diante deste e de tantos descalabros que vimos assistindo semanalmente. Ao ponto de a ministra se permitir ao deboche extremo do "relaxa e goza'? Será esta sua recomendação aos parentes das novas vítimas? Refiro-me às autoridades (in)competentes, inapetentes de trabalho gestor. Refiro-me ao presidente Lula, que, há quantos meses, ó Senhor, disse em uma de suas bazófias inconseqüentes que queria "data e hora para o apagão aéreo acabar", como se não dispusesse da devida autoridade para tal.
Sinto pena de não ter estado na abertura do Pan, de não ter engrossado aquelas bem merecidas vaias. Talvez o presidente não se importe tanto, afinal, quem viaja de avião não é beneficiário de sua bolsa-esmola, não faz parte do seu particular curral eleitoral cevado com o dinheiro que ele arranca de nós. Devem fazer parte das tais "elites", que é como ele escarnece da classe média que faz (apesar do governo) o país crescer.
Qual de nós escapou do medo de voar desde o desastre da Gol HÁ NOVE MESES? Qual de nós assistiu confortável o jogo de empurra, "a culpa é dos controladores'; "não, é do ministério da defesa'; "a mídia também exagera tudo'; "é do lobby das empreiteiras que só querem fazer obras inúteis e superfaturadas nos aeroportos". Qual de nós deixou de ficar perplexo com a falta de ação efetiva para que o problema se resolvesse?
Perdão, acho que a tal falta de ação geral de governo é de tamanho tão extenso e dura tanto tempo que muitos de nós a ela nos acostumamos. Sou psicanalista, e, por dever de ofício, devo escutar o que meus clientes queiram dizer. Pois nunca pensei que fosse pronunciar no consultório uma frase que venho repetindo há algum tempo, depois de que mensalões, valeriodutos, Land-Rovers, dólares na cueca, dossiês fajutos, renans calheiros, criminalidade, insegurança pública, impunidade, pizzas e tudo isso que o leitor já sabe se despejam fétida, diária e gosmentamente sobre nossas cabeças. A tal frase: "Não quero falar desse assunto". Os pacientes me respondem com alívio, "Ufa, eu também não!' É o desabafo da impotência partilhada. "Welcome to Congo'? Talvez seja um insulto ao Congo.
Pois agora quero falar deste assunto. Deram-me a oportunidade de ser menos impotente. Sei que falo por uma enorme quantidade de brasileiros trabalhadores que sustentam essa máquina de (des)governo, muitos mais que os 90 mil do Maracanã, para expressar o nojo e a raiva que esse acúmulo de barbaridades nos provoca.
O governo sairá da inação, da omissão criminosa? Alguém será preso, punido por todas essas coisas? Infelizmente, duvido. Talvez condenem a mim, por ter deixado o coração explodir. Pagarei o preço alegremente, lembrando Graciliano Ramos, que, visitado no cárcere, travou com o amigo o seguinte diálogo: - Puxa, Graça, você, aí dentro, de novo? - E você, o que faz aí fora? Nestes tempos, lugar de homem honesto é na cadeia.
FRANCISCO DAUDT , 59, é psicanalista e colunista da Revista da Folha
quarta-feira, julho 18, 2007
Nota da Fiesc
MANIFESTO PELA RESPONSABILIDADE
O acidente do vôo 3054, com cerca de duas centenas de mortes, comove e choca o País. Infelizmente não é um caso isolado. É mais um sintoma de uma crise que se arrasta há quase um ano e que ganhou visibilidade para o grande público, lamentavelmente, com outra tragédia - a do vôo 1907, na Amazônia, com 154 vítimas fatais. Tantas outras “quase tragédias” foram noticiadas desde então, levando pânico para quem depende da aviação brasileira. Agora as pessoas pensam duas vezes antes de voar e isso pode resultar em lentidão nas decisões que precisam ser tomadas.
O País assiste a tudo isso atônito. Atordoado com a letargia. Com a inoperância frente à situação. E ela vai muito além das notícias, que muitas vezes parecem inverossímeis de tão graves, sobre uma injustificável crise aérea.
Mais lastimável é o fato de a própria crise aérea ser também apenas o indício de algo que parece estar se generalizando: a displicência com que são tratadas questões prementes. Como se tivéssemos perdido a capacidade de nos indignarmos com o conteúdo que vemos todos os dias no noticiário: a escalada da corrupção, o desrespeito à propriedade privada, a incapacidade de nomear pessoas para ocupar cargos públicos de primeiro escalão ou o comportamento de políticos que devem, mas não prestam explicações à opinião pública.
O mais preocupante nesse quadro é a sensação de falta de comando. As crises que vivemos precisam de solução. O País lutou muito para construir suas instituições e a credibilidade delas está em jogo.
Alcantaro Corrêa, presidente do Sistema FIESC
O acidente do vôo 3054, com cerca de duas centenas de mortes, comove e choca o País. Infelizmente não é um caso isolado. É mais um sintoma de uma crise que se arrasta há quase um ano e que ganhou visibilidade para o grande público, lamentavelmente, com outra tragédia - a do vôo 1907, na Amazônia, com 154 vítimas fatais. Tantas outras “quase tragédias” foram noticiadas desde então, levando pânico para quem depende da aviação brasileira. Agora as pessoas pensam duas vezes antes de voar e isso pode resultar em lentidão nas decisões que precisam ser tomadas.
O País assiste a tudo isso atônito. Atordoado com a letargia. Com a inoperância frente à situação. E ela vai muito além das notícias, que muitas vezes parecem inverossímeis de tão graves, sobre uma injustificável crise aérea.
Mais lastimável é o fato de a própria crise aérea ser também apenas o indício de algo que parece estar se generalizando: a displicência com que são tratadas questões prementes. Como se tivéssemos perdido a capacidade de nos indignarmos com o conteúdo que vemos todos os dias no noticiário: a escalada da corrupção, o desrespeito à propriedade privada, a incapacidade de nomear pessoas para ocupar cargos públicos de primeiro escalão ou o comportamento de políticos que devem, mas não prestam explicações à opinião pública.
O mais preocupante nesse quadro é a sensação de falta de comando. As crises que vivemos precisam de solução. O País lutou muito para construir suas instituições e a credibilidade delas está em jogo.
Alcantaro Corrêa, presidente do Sistema FIESC
Que tristeza!
É difícil não se emocionar com esta tragédia toda. Ontem, uma mãe desesperada chorava a morte dos dois filhos adolescentes, jogado no chão do aeroporto de Congonhas. Um outro garoto conseguiu falar com a mãe pelo celular e certificou-se de que ela não tomara aquele vôo. Alívio.
Hoje, a Infraero abriu Congonhas com restrições para aviões grandes e pesados. Ou seja, esperaram morrer mais 200 pessoas para fazer o que o bom senso exigia há muito tempo!! E liberaram a pista sem as ranhuras (grooving) que escoam a água da chuva e impede a aquaplanagem!! Não há outro nome: isso é assassinato.
Ontem à noite, no aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, um homem resumia a indignação da nação. Mais ou menos assim: "Ninguém faz nada. As pessoas estão reagindo como se isso fosse normal." É isso mesmo. A impressão da gente é que ninguém pode nos livrar destes incompetentes e corruptos que nos desgovernam.
Como diz o Cláudio Shikida, do De Gustibus, agora vão vir com aquela lenga-lenga de que a consternação é porque o problema afeta a classe média, ou porque o presidente é operário. Enfim, o velho discurso petóide que, neste caso, se reveste de conivência com um crime; não 171, como nós já estamos acostumados a ver, mas assassinato.
Quando será o próximo?
Hoje, a Infraero abriu Congonhas com restrições para aviões grandes e pesados. Ou seja, esperaram morrer mais 200 pessoas para fazer o que o bom senso exigia há muito tempo!! E liberaram a pista sem as ranhuras (grooving) que escoam a água da chuva e impede a aquaplanagem!! Não há outro nome: isso é assassinato.
Ontem à noite, no aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, um homem resumia a indignação da nação. Mais ou menos assim: "Ninguém faz nada. As pessoas estão reagindo como se isso fosse normal." É isso mesmo. A impressão da gente é que ninguém pode nos livrar destes incompetentes e corruptos que nos desgovernam.
Como diz o Cláudio Shikida, do De Gustibus, agora vão vir com aquela lenga-lenga de que a consternação é porque o problema afeta a classe média, ou porque o presidente é operário. Enfim, o velho discurso petóide que, neste caso, se reveste de conivência com um crime; não 171, como nós já estamos acostumados a ver, mas assassinato.
Quando será o próximo?
Nota oficial do Planalto
"Efftou convenffido de que nunca anteff neffe paiff caiu tanto avião num só governo".
terça-feira, julho 17, 2007
Assassinato anunciado
Há várias formas de um governo matar pessoas. O governo brasileiro inovou.
Salve-se quem puder.
O acidente foi a uns 150 metros de ondeu eu morava em São Paulo.
Salve-se quem puder.
O acidente foi a uns 150 metros de ondeu eu morava em São Paulo.
sábado, julho 14, 2007
sexta-feira, julho 13, 2007
O cérebro é fascinante
A palestra do professor Renato Flores é muito, mas muito interessante mesmo.
“A criatividade e os Mapas Neurais: o que a neurociência tem a ensinar aos tomadores de decisão” – Renato Flores, Geneticista do Comportamento e Professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
“A criatividade e os Mapas Neurais: o que a neurociência tem a ensinar aos tomadores de decisão” – Renato Flores, Geneticista do Comportamento e Professor do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
E dá-lhe mordaça!
O tucano petista Aécio Neves dá uma grande contribuição para o aumento da corrupção e da impunidade "neffepaiff".
É assim que começam a solapar as bases da democracia, devagarinho, usando os próprias instituições democráticas. Precisamos da eterna vigilância.
É assim que começam a solapar as bases da democracia, devagarinho, usando os próprias instituições democráticas. Precisamos da eterna vigilância.
quinta-feira, julho 12, 2007
Testosterona e racionalidade econômica
The Economist que me perdoe, mas não resisto. Reproduzo artigo interessantíssimo.
In english - I´m sorry.
Neuroeconomics
Money isn't everything
Men with a lot of testosterone make curious economic choices
PSYCHOLOGISTS have known for a long time that economists are wrong. Most economists—at least, those of the classical persuasion—believe that any financial gain, however small, is worth having. But psychologists know this is not true. They know because of the ultimatum game, the outcome of which is often the rejection of free money.
In this game, one player divides a pot of money between himself and another. The other then chooses whether to accept the offer. If he rejects it, neither player benefits. And despite the instincts of classical economics, a stingy offer (one that is less than about a quarter of the total) is, indeed, usually rejected. The question is, why?
One explanation of the rejectionist strategy is that human psychology is adapted for repeated interactions rather than one-off trades. In this case, taking a tough, if self-sacrificial, line at the beginning pays dividends in future rounds of the game. Rejecting a stingy offer in a one-off game is thus just a single move in a larger strategy. And indeed, when one-off ultimatum games are played by trained economists, who know all this, they do tend to accept stingy offers more often than other people would. But even they have their limits. To throw some light on why those limits exist, Terence Burnham of Harvard University recently gathered a group of students of microeconomics and asked them to play the ultimatum game. All of the students he recruited were men.
Dr Burnham's research budget ran to a bunch of $40 games. When there are many rounds in the ultimatum game, players learn to split the money more or less equally. But Dr Burnham was interested in a game of only one round. In this game, which the players knew in advance was final and could thus not affect future outcomes, proposers could choose only between offering the other player $25 (ie, more than half the total) or $5. Responders could accept or reject the offer as usual. Those results recorded, Dr Burnham took saliva samples from all the students and compared the testosterone levels assessed from those samples with decisions made in the one-round game.
As he describes in the Proceedings of the Royal Society, the responders who rejected a low final offer had an average testosterone level more than 50% higher than the average of those who accepted. Five of the seven men with the highest testosterone levels in the study rejected a $5 ultimate offer but only one of the 19 others made the same decision.
What Dr Burnham's result supports is a much deeper rejection of the tenets of classical economics than one based on a slight mis-evolution of negotiating skills. It backs the idea that what people really strive for is relative rather than absolute prosperity. They would rather accept less themselves than see a rival get ahead. That is likely to be particularly true in individuals with high testosterone levels, since that hormone is correlated with social dominance in many species.
Economists often refer to this sort of behaviour as irrational. In fact, it is not. It is simply, as it were, differently rational. The things that money can buy are merely means to an end—social status—that brings desirable reproductive opportunities. If another route brings that status more directly, money is irrelevant.
In english - I´m sorry.
Neuroeconomics
Money isn't everything
Men with a lot of testosterone make curious economic choices
PSYCHOLOGISTS have known for a long time that economists are wrong. Most economists—at least, those of the classical persuasion—believe that any financial gain, however small, is worth having. But psychologists know this is not true. They know because of the ultimatum game, the outcome of which is often the rejection of free money.
In this game, one player divides a pot of money between himself and another. The other then chooses whether to accept the offer. If he rejects it, neither player benefits. And despite the instincts of classical economics, a stingy offer (one that is less than about a quarter of the total) is, indeed, usually rejected. The question is, why?
One explanation of the rejectionist strategy is that human psychology is adapted for repeated interactions rather than one-off trades. In this case, taking a tough, if self-sacrificial, line at the beginning pays dividends in future rounds of the game. Rejecting a stingy offer in a one-off game is thus just a single move in a larger strategy. And indeed, when one-off ultimatum games are played by trained economists, who know all this, they do tend to accept stingy offers more often than other people would. But even they have their limits. To throw some light on why those limits exist, Terence Burnham of Harvard University recently gathered a group of students of microeconomics and asked them to play the ultimatum game. All of the students he recruited were men.
Dr Burnham's research budget ran to a bunch of $40 games. When there are many rounds in the ultimatum game, players learn to split the money more or less equally. But Dr Burnham was interested in a game of only one round. In this game, which the players knew in advance was final and could thus not affect future outcomes, proposers could choose only between offering the other player $25 (ie, more than half the total) or $5. Responders could accept or reject the offer as usual. Those results recorded, Dr Burnham took saliva samples from all the students and compared the testosterone levels assessed from those samples with decisions made in the one-round game.
As he describes in the Proceedings of the Royal Society, the responders who rejected a low final offer had an average testosterone level more than 50% higher than the average of those who accepted. Five of the seven men with the highest testosterone levels in the study rejected a $5 ultimate offer but only one of the 19 others made the same decision.
What Dr Burnham's result supports is a much deeper rejection of the tenets of classical economics than one based on a slight mis-evolution of negotiating skills. It backs the idea that what people really strive for is relative rather than absolute prosperity. They would rather accept less themselves than see a rival get ahead. That is likely to be particularly true in individuals with high testosterone levels, since that hormone is correlated with social dominance in many species.
Economists often refer to this sort of behaviour as irrational. In fact, it is not. It is simply, as it were, differently rational. The things that money can buy are merely means to an end—social status—that brings desirable reproductive opportunities. If another route brings that status more directly, money is irrelevant.
quarta-feira, julho 11, 2007
E se alastra
Infelizmente, mais uma universidade capitula. A UFSC, onde estudei, aderiu às cotas.
Não concordo com essas ações afirmativas. Na UnB, a vanguarda para o século XIX, deu em aberrações como aceitar um garoto e recusar o irmão gêmeo.
Prefiro esta aqui, da própria UFSC. Esta, sim, ajuda os alunos carentes a entrar na universidade. Mas por seus próprios méritos. Só o esforço pode ser o caminho para o sucesso.
Não concordo com essas ações afirmativas. Na UnB, a vanguarda para o século XIX, deu em aberrações como aceitar um garoto e recusar o irmão gêmeo.
Prefiro esta aqui, da própria UFSC. Esta, sim, ajuda os alunos carentes a entrar na universidade. Mas por seus próprios méritos. Só o esforço pode ser o caminho para o sucesso.
terça-feira, julho 10, 2007
Estamos melhorando?
Matéria do meu ex-colega de Gazeta Mercantil, Eduardo Geraque, na FSP de hoje.
Ciência brasileira é 20ª em importância
A ciência brasileira está na 20ª colocação no ranking mundial de índice de impacto -a fórmula usada para medir a qualidade de trabalhos científicos. Um levantamento divulgado ontem pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) indica que os estudos publicados entre 2002 e 2006 atingiram uma pontuação média de 2,95.O número foi obtido a partir de uma equação que leva em conta o número de vezes que cada artigo é citado por outros e considera a qualidade da revista onde a pesquisa é publicada.
O ranking, apresentado ontem na reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Belém, mostra que os cientistas brasileiros também melhoram em produtividade. A produção brasileira relativa a 2006 atingiu 16.872 artigos e fez o país ganhar duas posições no ranking de produtividade. O Brasil passou a Suíça e a Suécia e é agora o 15º (veja quadro à dir.).
Os EUA continuam disparados no primeiro lugar, dando conta de 32,3% da ciência feita no mundo. Logo depois vêm Alemanha, Japão, China e Inglaterra, nesta ordem. "Apesar de o Brasil estar atrás da China em termos quantitativos, o impacto da ciência brasileira está mais alto", disse Jorge Guimarães, presidente da Capes.
O impacto de artigos científicos é medido com base no números de vezes que um mesmo artigo científico é citado. Vale apenas a publicação de trabalhos em revistas indexadas em um sistema reconhecido por todos os países, chamado de ISI. O Brasil tem 28 revistas nesse banco de dados.
O crescimento da ciência no Brasil ocorreu em várias áreas, mas algumas se destacaram. "Uma das que mais chamam a atenção é a medicina, que cresceu quantitativamente 17% no triênio 2004-2006 em relação aos três anos imediatamente anteriores", disse Guimarães. Segundo ele, a própria Capes ajudou, adotando uma cobrança mas forte por qualidade no seu sistema de avaliação.
"Temos mais de 400 cursos de medicina hoje no país. E aqueles que estão ruins estão sendo fechados", afirmou. A área que mais cresceu em produção foi a de psicologia e psiquiatria, com índice de 70%.Apesar de críticas, o sistema de avaliação da pós-graduação e da pesquisa que dá peso à quantidade de artigos, segundo Guimarães, é eficaz. "Tem gente que acha que não pode nem avaliar, mas não existe outra forma. A vida é uma pressão permanente. Na área acadêmica, isso é que gera as lideranças", disse Guimarães. "Claro que não podemos exagerar. Publicar por publicar não é certo."
Ciência brasileira é 20ª em importância
A ciência brasileira está na 20ª colocação no ranking mundial de índice de impacto -a fórmula usada para medir a qualidade de trabalhos científicos. Um levantamento divulgado ontem pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) indica que os estudos publicados entre 2002 e 2006 atingiram uma pontuação média de 2,95.O número foi obtido a partir de uma equação que leva em conta o número de vezes que cada artigo é citado por outros e considera a qualidade da revista onde a pesquisa é publicada.
O ranking, apresentado ontem na reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Belém, mostra que os cientistas brasileiros também melhoram em produtividade. A produção brasileira relativa a 2006 atingiu 16.872 artigos e fez o país ganhar duas posições no ranking de produtividade. O Brasil passou a Suíça e a Suécia e é agora o 15º (veja quadro à dir.).
Os EUA continuam disparados no primeiro lugar, dando conta de 32,3% da ciência feita no mundo. Logo depois vêm Alemanha, Japão, China e Inglaterra, nesta ordem. "Apesar de o Brasil estar atrás da China em termos quantitativos, o impacto da ciência brasileira está mais alto", disse Jorge Guimarães, presidente da Capes.
O impacto de artigos científicos é medido com base no números de vezes que um mesmo artigo científico é citado. Vale apenas a publicação de trabalhos em revistas indexadas em um sistema reconhecido por todos os países, chamado de ISI. O Brasil tem 28 revistas nesse banco de dados.
O crescimento da ciência no Brasil ocorreu em várias áreas, mas algumas se destacaram. "Uma das que mais chamam a atenção é a medicina, que cresceu quantitativamente 17% no triênio 2004-2006 em relação aos três anos imediatamente anteriores", disse Guimarães. Segundo ele, a própria Capes ajudou, adotando uma cobrança mas forte por qualidade no seu sistema de avaliação.
"Temos mais de 400 cursos de medicina hoje no país. E aqueles que estão ruins estão sendo fechados", afirmou. A área que mais cresceu em produção foi a de psicologia e psiquiatria, com índice de 70%.Apesar de críticas, o sistema de avaliação da pós-graduação e da pesquisa que dá peso à quantidade de artigos, segundo Guimarães, é eficaz. "Tem gente que acha que não pode nem avaliar, mas não existe outra forma. A vida é uma pressão permanente. Na área acadêmica, isso é que gera as lideranças", disse Guimarães. "Claro que não podemos exagerar. Publicar por publicar não é certo."
sábado, julho 07, 2007
sexta-feira, julho 06, 2007
segunda-feira, julho 02, 2007
Susto
Passei um susto ao saber que meu amigo Serginho Severino (uma das melhores pessoas que conheço) sofrera uma acidente na Guatemala. Ele está fazendo o caminho das Américas, indo de um extremo ao outro do continente com a sua Nave - um Land Rover Defender. Graças a Deus está tudo bem com ele. A aventura é narrada aqui - não perca. Tudibom aí, Severino!
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