MANIFESTO PELA RESPONSABILIDADE
O acidente do vôo 3054, com cerca de duas centenas de mortes, comove e choca o País. Infelizmente não é um caso isolado. É mais um sintoma de uma crise que se arrasta há quase um ano e que ganhou visibilidade para o grande público, lamentavelmente, com outra tragédia - a do vôo 1907, na Amazônia, com 154 vítimas fatais. Tantas outras “quase tragédias” foram noticiadas desde então, levando pânico para quem depende da aviação brasileira. Agora as pessoas pensam duas vezes antes de voar e isso pode resultar em lentidão nas decisões que precisam ser tomadas.
O País assiste a tudo isso atônito. Atordoado com a letargia. Com a inoperância frente à situação. E ela vai muito além das notícias, que muitas vezes parecem inverossímeis de tão graves, sobre uma injustificável crise aérea.
Mais lastimável é o fato de a própria crise aérea ser também apenas o indício de algo que parece estar se generalizando: a displicência com que são tratadas questões prementes. Como se tivéssemos perdido a capacidade de nos indignarmos com o conteúdo que vemos todos os dias no noticiário: a escalada da corrupção, o desrespeito à propriedade privada, a incapacidade de nomear pessoas para ocupar cargos públicos de primeiro escalão ou o comportamento de políticos que devem, mas não prestam explicações à opinião pública.
O mais preocupante nesse quadro é a sensação de falta de comando. As crises que vivemos precisam de solução. O País lutou muito para construir suas instituições e a credibilidade delas está em jogo.
Alcantaro Corrêa, presidente do Sistema FIESC
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