Fiz outras duas boas aquisições naquela livraria da qual falei lá no comecinho deste blog. Uma livraria que tem no prédio da editora Globo, no Jaguaré, em Sampa. Comprei o Erro de Descartes, de Antônio Samásio, e O Sítio da Mente, de Schützer Del Nero. Não terminei de ler nenhum. Na verdade, estou fazendo como sempre: lendo-os ao mesmo tempo.
O título do livro do Damásio é muito mais atraente; funciona muito melhor do que o burocrático título do outro. Mas são ambos fascinantes por tratarem do que há de mais misterioso no corpo humano: a mente. A introdução de Del Nero é primorosa, afastando as picaretagens e pseudo-ciências que tratam do comportamento das pessoas. Diz que a existência de várias doutrinas ou teorias sobre o funcionamento da mente é um sinal de que a área ainda carece de algum consenso científico. Não sei se ele dá alguma cassetada na psicologia que, para mim, é o campo que mais tem a perder com o avanço da neurociência.
O que me interessa nisso é não especificamente os aspectos puramente biológicos ou neurológicos. Fui atraído para isso pelo meu interesse em teoria da decisão, em como as pessoas decidem fazer uma coisa ou outra e em quê momento. Quanto disso se pode atribuir aos aspectos puramente biológicos. Parece que Del Nero vai bem por esse caminho, o de enfatizar a importância dos aspectos biológicos na formação da mente humana, tão negligenciados pela psicologia, desde priscas eras.
Já Damásio começa o livro contando uma história verdadeira de um cara que teve a cabeça atravessada por uma barra de ferro e nem sequer desmaiou. E mais: não perdeu memória nem nada, mas teve a personalidade completamente modificada. De um funcionário exemplar e competentíssimo de uma estrada de ferro, Phineas Gage passou a um relapso que não conseguia seguir convenções sociais. Fantástico!
Um comentário:
A mente é a última fronteira. Desvendada, será a quarta punhalada no antropocentrismo.
Abs., Tambosi
P.S.: Marcelinho lembrou um episódio da Ideli na Baiúca. Reproduzo no blog
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