quinta-feira, agosto 24, 2006

Xeque mate

Depois de muitos lances, a RBS, maior grupo de comunicação do Sul do país, comprou o jornal A Notícia, de Joinville, maior cidade de Santa Catarina. AN é - ou era - o maior concorrente do Diário Catarinense, da RBS.

O mercado de comunicação está movimentado em SC. Há alguns meses, o empresário que detém a TV que retransmite o SBT lançou um jornal popular na região de Florianópolis, o Notícias do Dia. Agora, a RBS vai dar o troco e prepara o Hora de Santa Catarina. Vê-se que de nome de jornal eles não entendem; horrorosos, os dois.

Uma coisa é certa: são lances empresariais, que não chegam a melhorar as condições de trabalho (quero dizer, grana) dos jornalistas catarinenses e gaúchos que por aqui se instalaram.

Tomara que a RBS reforce a estrutura do valoroso AN.

2 comentários:

Carlito Costa disse...

Reforço de estrutura? Ora PH. O que vai haver certamente é enxugamento. O destino de AN é transformar-se num jornal regional do Norte e (talvez) Oeste do Estado, como o Santa é do Vale do Itajaí. Também será tabloidizado, como o foi o Santa. O objetivo é unificar editorial e graficamente os três jornais, possibilitando a veiculação de material comum já editado, como já ocorre com Zero Hora e DC. Isso significa ganho de escala e tem uma primeira conseqüência óbvia: demissões. A sucursal do AN em Floripa e o AN Capital entram no corte.

Paulo Henrique disse...

Sim, é claro que haverá cortes, demissões. E acho que o fato de o AN se tornar regional não é necessariamente negativo. O Santa, por exemplo, é um jornal hoje melhor para Blumenau do que era nos anos imediatamente anteriores ao da venda. Quanto às demissões, meu caro, também não vejo como um fato necessariamente negativo. Nossa profissão vai deixar de ser aquele porto seguro da carteira assinada em uma única empresa. Quem não estiver preparado para trabalhar como freelancer para várias publicações estará fadado ao fracasso, sem choro nem vela. E digo mais: em SC vive-se melhor como freelancer do que como repórter contratado, com aquele salário de fome de dar vergonha.