... de terminar o segundo grau, volto a estudar matemática. Na faculdade de jornalismo, claro, não estudei nada de matemática. Vi alguma coisa de lógica, de forma bem superficial, principalmente a parte de falácias. No mestrado em História da Ciência, li um pouco mais sobre história da lógica, mas matemática, mesmo, aquela de resolver problemas, só agora.
De acordo com algumas teorias sobre cognição, haveria períodos ideais para o aprendizado de determinadas coisas. Uma língua estrangeira deveria ser aprendida cedo, até a adolescência. Assim, também a matemática seria coisa para jovens. Os grandes matemáticos fizeram suas maiores contribuições para a disciplina ainda antes dos 30 anos. A medalha fields, a Nobel da matemática, só é concedida a matemáticos que não tenham ultrapassado essa idade.
Mas, como não tenho pretensão alguma em colocar tal medalha no peito, retomo com gosto juvenil o estudo da matemática. Aliás, nem tão juvenil assim, já que, quando (mais) jovem, em plena rebeldia adolescente, considerava a matemática inútil para minhas pretensões de mudar o mundo.
O fervor juvenil passou e, agora, lúcido outra vez, retomo os estudos. Explico: estou começando um curso de preparação para fazer a famosa prova da Anpec (Associação nacional dos Economistas). Matemática, estatística, economia brasileira, micro e macroeconomia. Na primeira aula, de apresentação, o professor disse que a turma é muito eclética; "tem economista, advogado, administrador e até jornalista".
Jornalistas não costumam gostar de matemática ou de nada que exija rigor e raciocínio formal - é claro que há as exceções. Como fiz jornalismo na graduação, decidi que na pós estudaria de verdade. Completo o mestrado, vou tentar um doutorado ou em história da ciência, ou em economia. Na minha opinião, os estudos em comunicação são, na maioria dos casos, uma verdadeira perda de tempo; pseudo-ciência.
Mas admito que não é fácil voltar aos livros de funções e, pela primeira vez, encarar o cálculo.
O coordenador do curso não parece acreditar que eu possa encarar a empreitada, difícil até mesmo para os economistas mal-formados. Aconselhou-me assistir às três primeiras aulas e voltarmos a conversar em seguida para ver se tenho mesmo condições de acompanhar o curso. Estou determinado a desapontá-lo.
Da primeira lição, os economistas mais heterodoxos não vão gostar muito: macro=micro=matemática. Ou seja, estude matemática e você aprenderá micro e macroeconomia. A ortodoxia econômica aborda a macroeconomia do ponto de vista da microeconomia, ou seja, dos postulados da teoria neoclássica do comportamento do consumidor e da firma, que, em última instância, são abordagens matemáticas. Conto mais à medida que esse mundo novo se me apresentar.
5 comentários:
Vai lá, PH, estou contigo!
Desaponte o desconfiado. Não há nenhuma barreira que nos impeça de aprender o que quer que seja.
Também lamento não ter estudado matemática a fundo, em vez de perder com certas teorias mais ideológicas que científicas ou filosóficas. Mas, claro, nunca é tarde...
Abração,
Tambosi
P.S.: agora sou o mais novo "agente da CIA", segundo a patrulha governista que segue meu blog. Veja especialmente os comentários postados à nota sobre "Uma rede Pravda para o petismo". O artigo em que me baseei é uma pérola representativa das escolinhas de comunicação que abundam por aí.
Que coincidência, PH! Eu também vou voltar a estudar Matemática (algumas cositas em Estatística, é o que me dizem). Assim que terminar a Festa da Uva, começo minha pós em Tecnologia da Informação.
Bjs pra vcs
Alexandra
ih, pêagá! e eu vou começar o MBIS: Economia, Engenharia de Software, Avaliação Financeira de Projetos, Gestão Estratégica de Tecnologia e afins... e sou a única jornalista da turma também.
sucesso aí na volta às aulas. tenho certeza de que vc vai dar um banho!
abs,
fernanda zacchi
Sucesso pras duas na volta às aulas também. O pior de tudo, no meu caso, é acordar cedo no sábado :)
Fernanda, por onde você anda? E o que vem a ser MBIS?
Mas é interessante que a gente tenha decidido fazer pós-graduação fora daqueles cursos tradicionais de comunicação, vcs não acham?
abração
ph, eu ando em sumpaulo desde 2001... com intervalo de 8 meses em Brasília entre 2004 e 2005.
o MBIS é "Master Business Information Systems" o emibiêi em ciência da computação da PUC-SP.
agora, quer saber da maior?! por causa de dois professores maravilhosos (que falavam de lógica, matemática, sistemas lógico-informacionais e alan sokal), cheguei a fazer um semestre feliz da vida no mestrado em comunicação e semiótica da mesma PUC... valeu pelas duas disciplinas, apesar de eu ter jogado vários dinheiros pela janela com essa brincadeira (os detalhes sórdidos da crítica enquanto espaço ótimo para o repensar dos não-lugares da sociedade enquanto abordagem psicanalítica da semiótica peirceana a gente deixa pra rir ao vivo).
não encontrei teu e-mail... manda um pra mim? fernanda.zacchi@bol.com.br
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