domingo, fevereiro 05, 2006

Marconi e o celular


Continuemos na seara da história da ciência, desta vez sem nenhuma menção aos nossos infortúnios políticos atuais. A seguir, um trecho de um entrevista de Guglielmo Marconi à Kate Carew, do The New York Tribune, em abril de 1912. É uma das muitas que constam do excelente A Arte da Entrevista, organizado por Fábio Altman. No começo da segunda década do século XX, Marconi antecipa uma das tecnologias mais usadas neste começo de século XXI.

- O senhor acha que está chegando o momento em que dispensaremos os métodos comuns de comunicações, tais como telefones e cartas?
O senhor Marconi com certeza é muito perspicaz. Pude perceber isso muito bem
- Certamente que sim! Seremos capazes de sintonizar nossas mentes. Tenho certeza. Já fazemos isso agora, até certo ponto, mas algum dia, quando for a um restaurante e o garçom, lhe perguntar: "Sozinha?" Você dirá: "Ah, não, eu espero alguém". Você enviará uma onda ou duas ondas e logo este certo alguém irá aparecer.
Ele riu da expressão de espanto em meu rosto. Por isso contive o meu deleite:
- E se outro alguém estiver me chamando ao mesmo tempo?
- Ah, mas você pode receber e transmitir simultaneamente, você sabe - respondeu ainda mais divertido.

O livro é imperdível! Histórias saborosas e entrevistas do tipo que não se vê atualmente, infelizmente.

[Lá se vai um dos últimos do estoque de Dona Flor]

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