quinta-feira, setembro 28, 2006

Vazio

Do Jânio de Freitas, da mesma FSP.

O eleitor vai para a urna sem ter idéia do projeto de Brasil a que os principais disputantes dedicaria o seu governo A CAMPANHA ELEITORAL chega ao fim, meio ano de falatório desde abril (para Lula sozinho, nove meses), e o eleitor vai para a urna sem ter idéia, por ligeira que seja, do projeto de Brasil a que cada um dos dois principais disputantes dedicaria o seu pretendido governo.
Tal como a reeleição de Fernando Henrique montou no Real em 98, Lula limitou-se a cavalgar os seus feitos reais ou imaginários. Mas os oposicionistas de 98, se bem que salvaguardassem o Real, atacaram com alternativas para o crescimento econômico, a distribuição de renda e reformas sortidas. Geraldo Alckmin, como se forçado ao papel de candidato, exibiu inaptidão quase comovedora até para as simples menções a um ou outro tema próprio de campanha presidencial.
Esta campanha foi de um vazio sem precedente. Nos dias finais, a confrontação se acirrou, mas só em torno da ética administrativa. Da parte da oposição, muito mais por não-candidatos peessedebistas do que por seu candidato. Tema, porém, que não depende de campanha eleitoral, nem é mais próprio de candidatos e políticos em geral do que é da mídia, como se vê há tanto tempo. Além disso, se a disputa justifica a exploração do tema ético pela oposição, seu passado no governo não lhe daria autoridade para tanto, não fora a vocação de certo PT para a má conduta e a falta de escrúpulos. Mesmo no capítulo da ética, no entanto, não se registrou uma só palavra fora da obviedade.

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