Este é o reitor ferrenho defensor do sistema de cotas e todas as plataformas politicamente corretas que se possa imaginar. Um exemplo de retidão, como se vê pelo noticiário dos últimos dias. Da UnB não se espera muita coisa, depois que instituiu um curso de extensão sobre astrologia. E não era para estudar se ela funciona ou não, mas para legitimá-la.
Matéria da Folha de S. Paulo de hoje:
O reitor da UnB (Universidade de Brasília), Timothy Mulholland, recebeu no dia 31 de janeiro diária de R$ 3.953,06 para ir a um congresso sobre educação superior em Cuba ao qual ele não foi. Segundo a assessoria da UnB, o dinheiro foi devolvido -mas somente duas semanas depois, na última quinta-feira, mesmo dia em que a instituição foi questionada pela Folha sobre a despesa.
A diária havia sido repassada pela FUB (Fundação da Universidade de Brasília), mantenedora da UnB. No dia 7 de fevereiro, ele recebeu mais uma diária relativa à viagem não realizada a Cuba (R$ 550,63), paga pela secretaria de Educação Superior do MEC -igualmente devolvida só na última quinta-feira, de acordo com a assessoria da UnB.
Os pagamentos estão listados no Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais). A assessoria de orçamento da liderança do DEM fez um levantamento no sistema a pedido da Folha. A reportagem pediu à UnB cópia do comprovante de restituição do dinheiro, mas a universidade afirmou que se trata de um "documento de controle interno".
A assessoria da UnB não soube dizer se as devoluções foram feitas antes ou depois do contato da reportagem, nem por que 14 dias após o primeiro pagamento ou cinco dias depois da data marcada para ida. Também não informou quando o reitor soube que não viajaria.
Segundo o órgão, a restituição ocorreu dentro do prazo legal. O decreto nº 5.992, de 2006, diz que "serão restituídas pelo servidor, em cinco dias contados da data do retorno à sede originária de serviço, as diárias recebidas em excesso", e que o prazo vale para a restituição de diárias pagas por viagem não feita. As diárias do reitor eram válidas para o período entre 9 de fevereiro e hoje.
Segundo a UnB, o decano de ensino de graduação, Murilo Camargo, foi ao congresso representando Mulholland, que desistiu de ir ao evento "porque não poderia sair agora".
O nome do reitor aparece em investigações do Ministério Público do Distrito Federal que vieram à tona recentemente. Elas apontam que o apartamento funcional onde ele morava havia sido mobiliado com R$ 470 mil da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), fundação direcionada ao apoio à pesquisa. A assessoria de imprensa da UnB diz que a reforma custou R$ 350 mil.
Entre os gastos encontra-se a aquisição de três lixeiras (R$ 2.738), de equipamentos de TV e de som (R$ 36.603) e o plantio de 16 vasos com "plantas diversas" (R$ 7.264).Após argumentar que o imóvel servia a reuniões acadêmicas, o reitor o desocupou na semana passada, segundo ele com o objetivo de "preservar a instituição".
O caso foi um dos motivos para a Justiça do DF decretar, na última sexta, uma intervenção na Finatec.Servidores da UnB gastaram entre 2004 e 2007 R$ 3,4 milhões com cartões corporativos do governo federal -31% do gasto pelo MEC.
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