sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Votar nunca foi tão difícil quanto em 2006

Os tucanos se recusaram a apear o presidente Lula do poder e agora podem pagar o preço pela displicência. Como divulgou o Valor hoje, pesquisas eleitorais feitas a pedido de dois partidos políticos indicam que Lula bate os tucanos nos dois turnos. É claro que os tucanos quiseram preservar o próprio bico - ou seria o rabo deixado ao longo dos dois mandatos?
O apoio ao presidente sobe nas classes mais pobres e Serra ganha força entre os mais ricos. Pontos a favor do governo são o aumento (mínimo) do salário mínimo, o pacote em favor da construção, a autosuficiência na produção de petróleo e outros menos visíveis para o populacho, como a queda do risco país. Os pontos negativos são do conhecimento de todos: a roubalheira e o crescimento econômico pífio, mesmo com as condições externas as mais favoráveis dos últimos 20 anos.
É o governo da mesmice. Pensando bem, eles até inovaram um pouco na corrupção.
Os tucanos apostaram na estratégia de manter Lula fragilizado para tripudiar sobre ele em outubro. Subiram no salto e acharam que a eleição estava no papo. Ledo engano.
O apoio a Lula vai ganhar força na esteira dos processos de cassação de deputados: os que estão sob risco de serem guilhotinados terão as cabeças poupadas pelos governistas, em troca de apoio eleitoral. Quem duvida que ainda há muita grana escondida por aí para comprar apoio?
Nunca um cenário foi tão propício para o voto nulo. Mas queria mesmo era poder votar em Jefferson Peres, mas é improvável que o senador seja candidato pelo PDT, que tem como nome forte o ex-petista Cristovam Buarque.

Um comentário:

Anônimo disse...

O cenário é desalentador, PH. Muitas vezes pensei em voto nulo, mas nunca anulei voto e não o farei agora. Vou escolher o que acho "menos ruim", embora não esperando grande coisa de ninguém. O Jefferson não passa nem pelo seu partido, infelizmente.

Abração, Tambosi

P.S.: ainda mantenho: dos males, o menor...