Voltei. Foram 15 dias de correria, ao melhor estilo viagem de turista. Enquanto o mundo desabava, eu e a Renata viajávamos. Escolhemos a dedo o período da viagem: dólar subindo, bancos falindo, crédito secando...
Na semana em que a crise recrudesceu, estávamos em Londres. É claro que tive tempo para ler jornais detidamente, mas, ao chegar em Paris, comentei com a Renata de que tinha impressão de que os europeus estavam achando graça da desgraça americana. Pelo que diziam algumas autoridades da EU, estariam imunes à crise. Seria a vitória do "modelo europeu" - seja lá o que for que isso signifique - sobre o americano. Dois dias depois, a CNN e a BBC só falavam nos bancos europeus que agonizavam.
Comprei a The Economist na manhã da sexta passada, antes de embarcar para Milão. Estava lá, em "Lessons from a crisis", maravilhosamente ilustrada com um desenho de Sarkozy lendo Das Capital. "One by one, European leaders have lined up to hail the triumph of welfare over Wall Street. 'The idea that markets are always right was a mad idea', declared the French president, Nicolas Sarkozy. America´s laissez-faire ideology, as practised during the subprime crisis, 'was as simplistic as it was dangerous', chepped Peer Steinbrück, German finance minister. He added that America would lose its role as 'financial superpower'. The italian finance minister, Giulio Tremonti, claimed vindication for a best-selling book that he wrote earlier this year about the dangers of globalisation."
Dessa vez era eu quem ria. A crise chegara ao Velho Continente, e o texto da revista inglesa era o único alento. "Step foward, Peer Steinbrück, Germany´s finance minister, who rashly declared on September 25th tha America was 'the source... and the focus of the crisis', before heralding the end of its role as the financial superpower. Within days, the focus shifted and Mr Steinbrück and his officials were obliged to arrange a 35 billion (euros) loan from German banks and the German government to save Hypo Real Estate, the country´s second-biggest property lender."
E por aí segue na ironia sobre os principais líderes europeus - ou melhor, da Europa Continental - que, independentemente de partidos, adoram o Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário