sábado, maio 06, 2006

Não é um bicho-de-sete-cabeças

Por causa de leituras sobre filosofia e metodologia da economia, li no fim de semana passado a introdução e a primeira parte da Crítica da Razão Pura. Nunca lera nada de Kant e confesso que o título do livro me assustava um pouco. Adorei. Se considerarmos que se trata de texto filosófico do século XVIII, até que é bem compreensível. Nada da obscuridade dos picaretas pós-modernos. O primeiro período da introdução não poderia começar de forma mais direta: "De que todo o nosso conhecimento começa com a experiência não há dúvida alguma, pois, do contrário, por meio do que a faculdade de conhecimento deveria ser despertada para o exercício senão através de objetos que tocam nossos sentidos e em parte produzem por si próprios representações, em parte põem em movimento a atividade do nosso entendimento para compará-las, conectá-las ou separá-las e, desse modo, assimilar a matéria bruta das impressões sensíveis a um conhecimento dos objetos que se chama experiência?" Já tinha lido sobre Kant por comentadores, mas gostei muito da fonte primária. Próximo passo no estudo da teoria do conhecimento: continuar com Kant e retroceder ainda mais (no tempo, digo) para Hume.

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