sexta-feira, março 23, 2007

Parabéns!

A capital de todos os catarinenses faz 281 anos hoje.
Uma cidade apaixonante que tem sido tão maltratada nos últimos anos. Vivi lá por sete anos, enquanto cursava jornalismo na UFSC, e uns dois anos depois de formado.

Quando voltei a Floripa (os manezinhos não gostam desse apelido) no ano passado, depois de deixar São Paulo, me surpreendi. Mudara muito em tão pouco tempo. E pra pior. Faz tempo que não é mais uma cidade interiorana, traqüila, segura. A Globo mostrou uma matéria nesta semana sobre o uso de crack no centro da capital. É uma das cidades em que há mais usuários "pesados" da droga no país.
Abaixo, comentário meu no blog do Damião, a propósito de um poema saudosista sobre a Ilha de Santa Catarina.

Também eu concordo que Florianópolis está abandonada. A atual administração me parece um descalabro. As anteriores também não se preocuparam em planejar o crescimento da cidade. Ficou tudo ao acaso. Mesmo assim, desculpem-me, acho esse tipo de discurso saudosista demais. Essa Florianópolis aí não existe mais e nem vai voltar a existir. E ainda bem. Os saudosistas não conseguem reconhecer o óbvio: a mudança é inexorável. O que a gente precisa fazer é torná-la menos traumática, com muito planejamento. Florianópolis tem que se tornar uma cidade moderna, não voltar ao tempo em que o mar batia no mercado. Tudo bem, pode-se alegar que se trata de um desabafo, até mesmo de uma linguagem metafórica. Mas abandonemos o saudosismo. Floripa (os manés não gostam dessa palavra, não sei porque) tem que se tornar uma cidade "tecnológica". Muita modernidade para contrastar com as belezas naturais. São belezas diferentes, só isso. Nem melhor, nem pior.

Um comentário:

Carlito Costa disse...

Esse é um fenômeno da memória conhecido dos historiadores. A idealização de uma época de ouro no passado. E isso ocorre em qualquer época. Daqui a 40 anos, alguém vai dizer que Floripa (não é verdade que os manezinhos não gostam desse nome, só os carcomidos) era boa mesmo nos primeiros anos do século 21. É que, visto de longe, o passado tende a perder os defeitos. Um mecanismo de defesa apaga ou suaviza as experiência ruins. As mudanças sempre trazem um pacote. Algumas coisas melhoram, outras pioram.