Vejam só, os blogs já começam a importunar alguns que se consideram intocáveis ou acima de qualquer crítica. O blog do professor Orlando Tambosi (link ao lado), juntamente com a revista Primeira Leitura, foi alvo de uma ação do professor Luiz Alberto Moniz Bandeira que, com base na famigerada Lei de Imprensa, requereu o direito de resposta a um artigo do filósofo Roberto Romano, publicado na revista e reproduzido por Tambosi. O que surpreende é que Bandeira nem sequer entrou em contato com Tambosi para publicar a resposta; preferiu recorrer à Lei de Imprensa. Sugiro uma espiada no blog do Tambosi, a quem presto minha solidariedade. Como ele mesmo disse, o debate de idéias não deveria se sustentar na arcaica Lei de Imprensa.
Os blogs parecem estar incomodando, mesmo. O professor Romano foi obrigado a bloquear os comentários de seu blog por causa dos exageros dos visitantes, certamente contrariados com a independência do professor e sua crítica aguda e pertinente ao governo Lula. Este povo do PT não está mesmo acostumado a críticas, mesmo depois de três anos de um governo vergonhoso.
5 comentários:
Caro PH,
agradeço a referência a essa contenda acadêmica. Volto a lamentar que um professor se valha da Lei de Imprensa contra outro. O debate acadêmico é livre, com respeito às diversas posições, não necessitando senão de argumentos. Recorrer a esse tipo de expediente revela mentalidade autoritária, coisa comum nos tempos petistas, infelizmente.
Abração, Tambosi
ph,
este assunto já está levantando grande debate na rede. Considero pauta para uma matéria em jornal de nível nacional, como esse em que vc trabalha. Afinal, quem pensava que o entulho autoritário estava morto, se engana. O fato rende uma ótima matéria. Isto é matéria nacional. Além do fato de que juristas podem ser ouvidos para opinarem sobre a procedência da utilização da Lei de Imprensa para o direito de resposta em um blog. Em tempo: o meu comentário, por exemplo, foi republicado num blog mantido por dois jornalistas (um é de Brasília, do Correio Brasiliense e o outro da TV Paraíba. Eles tbém reproduzem outra matéria correlata que saiu no Estadão, sobre essa questão do jornalismo interativo nos EUA. Vale conferir: http://filhosdapauta.blogspot.com
Também enviei a dica para o Noblat. Acho que não viu ou não recebeu, embora o e-mail não tenha voltado.
Mas insisto: é matéria nacional.
Cordial abraço do
Aluízio Amorim
http://oquepensaaluizio.zip.net
Concordo plenamente, Aluizio. Vou falar com o pessoal de política e ver se eles topam a pauta. Acho até que ela abrangeria não apenas questões legais, mas também política, como o caso do blog do professor Romano. abraço e muito obrigado pela visita.
pH,
rende matéria, principalmente porque tanto o Romano como o Moniz Bandeira são interlocutores da mídia nacional.
A mídia nacional olha só para o próprio umbigo. Está no eixo Rio-SP-Brasília. O que acontece fora de lá, não dão a mínima. Jornal de SP, por ser o maior estado brasileiro, dificilmente publicaria um artigo meu. Uma única vez, a Gazeta Mercantil publicou um artigo meu, até grande. O artigo questionava as pesquisas eleitorais. E foi tão bom o artigo - modéstia às favas - que o Corregedor do TSE, que não lembro o nome (década de 90)foi atrás do meu endereço e me mandou um cartão, do próprio punho, anexando todo o material relativo à reunião que tivera com todos os institutos de pesquisa à época. Mas claro, como não estou aí, não faço parte de nenhum esquema e não sou autoridade, e não sou rico, dificilmente publicariam algo da minha lavra.
Entretanto, a grande imprensa haverá de ser engolida pela tecnologia e terá que mudar. E os jornalistas também. Principalmente os editores que ficam no tapetão. Falo de cadeira pois durante muito tempo fui editor. Hoje tem a rede, mas a circulação ao vivo e em cores, tem outro impacto na vida do jornalista.
Abraços
Aluízio Amorim
Aluizio, tentei várias vezes comentar lá no teu blog, mas não consegui. Não sei o que houve.
abração e obrigado pela visita
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