quinta-feira, dezembro 31, 2009

Ótimo 2010!


Um ano novo nada ácido pra todos vocês. Que tenham saúde e disposição para colocar em prática tudo que planejam. Tudibom!

domingo, dezembro 20, 2009

Pastor Monbiot e a igreja invisível

O debate esquentou no blog do Marcelo Leite. Ele colocou um vídeo em que o jornalista George Monbiot teria desmascarado o cientista Iam Plimer, crítico da hipótese do aquecimento global causado por atividades humanas.

Gosto do Marcelo, mesmo discordando dele com alguma frequência. É um cara sério e equilibrado. Nesta questão do tal aquecimento global, no entanto, ele parece sustentar que os céticos estariam a serviço dos interesses das corporações petrolíferas.

Pesquisei um pouco sobre o tal Monbiot e tive a clara impressão de que não passa de um pastor a pregar contra o tal aquecimento. Mais do que isso, é um pregador contra o modelo capitalista. Isso fica bem claro neste vídeo aqui, em que ele escancara o seu asco pelos burgueses que andam de Porsche em casacos de pele.

E, pela cegueira ideológica, foi ironizado pelo prefeito de Londres, um sujeito lúcido e inteligente.

Segue aqui o meu comentário lá no blog do Marcelo.

Monbiot me parece um pregador, um sindicalista, talvez presidente da Fenaj ou do Greenpeace. É claro que esse é um argumento ad hominem, mas essa é minha impressão. é um defensor de uma causa, a causa do aquecimento global. Espinafrou o governo canadense em um evento aqui no país. Essa gente quer porque quer acabar com a economia de Alberta, a província que mais cresce, mais cria empregos e menos cobra impostos. Um modelo capitalista demais para sindicalistas do século XXI.

O cara tem fixação contra mulheres de casaco de pele e Porsches. O prefeito de London foi na mosca: o cara tem dificuldades ideológicas para entender as coisas.

Nessa "entrevista", o pastor Monbiot mostra qual é o fundo de seu discurso: anticapitalista! Pau nos ricos que andam de Porsche e Land Rover. É um discurso neoludita. Voltemos, pois, a andar de carroças. Ah, mas os animais também são responsáveis por boa parte das tais emissões. Pura ideologia, no lugar de ciência. De novo: o aquecimento está aí, mas podemos fazer alguma coisa. Muito pouco.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Censura

A vaca foi pro brejo, mesmo, no Brasil. A pretexto de tecnicalidade jurídica, o STF chancelou a censura imposta ao jornal O Estado de S. Paulo pela família Sarney. O "exemplo" citado pelo ministro Gilmar Mendes é ridículo, para dizer o mínimo. Quem é que vai avaliar se uma notícia pode, ou não, desencadear uma guerra?

A única guerra a ser trava, no Brasil, é contra o obscurantismo e pelo estabelecimento dos valores republicanos.

terça-feira, dezembro 01, 2009

Conhecimento de graça

A propósito do post anterior: hoje em dia só não aprende quem não quer, quem é indolente ou ainda está preso à concecpção de que para aprender algo novo é preciso fazer algum curso.

A internet está cheia de fontes ótimas. Já falei aqui do Academic Earth. Pra quem precisa aprender algo sobre compudores, há o Apostilando. Pra construir o seu próprio website, tente este aqui.

Só que estudar por conta própria exige esforço e disciplina. Em vez de passar horas no msn e no orkut, como faz a grande maioria dos brasileiros, as pessoas poderiam reservar alguns minutos para aperfeiçoamento profissional. Mas a maioria não fala - nem sequer lê - inglês e perde 90% do bom conteúdo disponível na rede.

Outra alternativa são os cursos à distância. Há quem diga que não passam de picaretagem. Boa parte deles até pode ser muito ruim, mesmo, mas esse tipo de curso é a tendência daqui pra frente. Instituições renomadas já oferecem vários.

Assim como os presenciais, o que vai fazer a diferença é a qualidade da instituição e o empenho do aluno.

segunda-feira, novembro 30, 2009

Três séculos e meio de ciência


A Royal Society lançou um website especial para comemorar os 350 anos da instituição. Imperdível. É por essas e outras que não me canso de louvar as maravilhas da internet e de toda a tecnologia que advém da ciência.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Bem cartola brasileiro

O que o fanatismo e, nesse caso, também a vaidade, não fazem com uma pessoa. Belluzzo é um dos maiores intelectuais do país, concorde-se com as ideias dele ou não. Eu não concordo com um monte delas.

Tive o privilégio de sentar ao lado dele nos tempos em que a Carta Capital fazia jornalismo, no governo FHC. Belluzzo é um cara afável, gentil, inteligente, cativante.

Agora, vejam se esses adjetivos servem para a pessoa que sobe no palco da Mancha Verde e grita "vamos matar os bambis". OK, vocês podem dizer que, como presidente do Palmeiras, ele está fazendo média com a torcida. Mas não se pode esquecer que o cara tem se mostrado histérico ao ponto de dizer que bateria na cara do árbitro Carlos Eugênio Simon, a quem chamou de ladrão. Foi suspenso por isso.

A última coisa que eu esperava do Belluzzo é que fosse se comportar como um típico cartola brasileiro.

terça-feira, novembro 24, 2009

Sujeitinho asqueroso

Que o governo é formado por um bando de desqualificados eu já sabia, mas este tal de Marco Aurélio Sargento Garcia é insuportável. Asqueroso, mesmo.

E esta entrevista aqui do G1 está bem insossa. O jornalista não questiona nada sobre tentativas de mudar o estado de direito para se perpetuar no poder, como ocorre na Venezuela e em outros países da América Latrina - o que foi evitado em Honduras.

sexta-feira, novembro 13, 2009

A ciência dos vulcões

Esta série da BBC é sensacional. Parece que há um método eficaz de antecipar a explosão de um vulcão com base em dados sismológicos.











Nevado del Ruiz 2

Nevado del Ruiz



No dia 13 de novembro de 1985 aconteceu um dos maiores desastres naturais da América Latina, a erupção do vulcão Nevado del Ruiz, na Colômbia. Vulcões e terremotos ainda são os piores pesadelos entre os desastres naturais, por sua imprevisibilidade.

segunda-feira, novembro 09, 2009

O muro

Este dia não dá pra deixar passar, não é mesmo? Não vou comentar a ignomínia que foi o muro da vergonha.

Só uma pergunta: se o socialismo era tão melhor do que o capitalismo, por que ninguém fugia do lado ocidental para o oriental? Pergunta retórica, claro.

A CBC fez uma página especial sobre o assunto.

terça-feira, novembro 03, 2009

Sua casa, minha corretora

A picaretagem já começa a aparecer. Não há um único programa deste governo que não tenha roubalheira da grossa.

Rumo à barbárie

O textinho que segue abaíxo foi o comentário que deixei lá no blog do Marcelo Soares, sobre o episódio mais comentado do Brasil na última semana. Em uma palavra: barbárie.

Eu me contive pra não comentar sobre isso. Fiquei com receio de cair no lugar comum. Vejo que você conseguiu tratar do assunto com muito mais competência e propriedade. O episódio, pra mim, pareceu tão surreal que me pegou de surpresa. O quê? Brasileiros revoltados porque uma moça estava usando vestido curto? E a sacanagem que rola no Carnaval, nas festas e na praia everyday? "Ah, mas na escola não pode, ph!". Quem foi que disse? Está escrito no estatuto da faculdade?

Algo desse tipo é inconcebível aqui no Canadá. As pessoas saem na rua vestindo o que quiserem! Quando cheguei aqui, eu, um brasileiro, fiquei espantando com o comprimento das saias das orientais. Elas têm que aproveitar o curto verão daqui. Pois bem, nunca me passou pela cabeça chamar nenhuma de puta; nem nunca vi ninguém chamar. pelo contrário, ninguém nem olha. Eu olho.

Aqui tem muito maluco nas ruas. No Eaton Center, em Toronto, um maluco parou e tirou da bolsa uma trena e começou a se medir, no meio do shopping. Você acha que alguém parou e ficou ridicularizando o cara? Nada. Por quê? Porque ninguém tem nada a ver com isso! É uma questão de respeito pelo outro.

Respeito pelo outro é uma coisa que não existe no Brasil porque é um conceito que faz parte da civilização. E civilidade, me desculpem todos os compatriotas, é algo que nós não temos.

sábado, outubro 31, 2009

Bolivarianos anônimos

Publiquei o comentário no post anterior só para mostrar que, no Brasil, a "ciência" política é dominada por bolivarianos et caterva. Claro, sempre anônimos.

Assistir a uma aula desses professores é uma tortura para qualquer um que tenha mais de dois neurônios. É um show de horrores ideológico. Pura doutrinação. Ave, Chavez, Fidel e outros democratas mundo afora!

quarta-feira, outubro 28, 2009

Não sabe matemática, cai fora!

Se você não domina álgebra, pode desistir da disciplina de ciência política! Onde? No Brasil é que não é. É na UCLA.

No Brasil, basta ser filiado ao PT e apoiar MST e bolivarianos que já basta pra tirar 10. Já na UCLA o camarada precisa dominar conceitos básicos de matemática e de economia: mercado, utilidade, preferências, estratégia, racionalidade... Enfim, é um curso de ciência política baseado em teoria dos jogos. Vixe, mas isso é coisa de yankees, imperialistas e capitalistas malvados.

domingo, outubro 04, 2009

Agora vai

O Brasil é isto!

Mas quem se importa? Agora, somos o país das Olimpíadas, não é mesmo? E da Copa do Mundo também. The Globe and Mail deste sábado deu o maior destaque para a história das Olimpíadas brasileiras.

Já estamos no primeiro mundo. Quer dizer, eu já estou.

domingo, setembro 13, 2009

Novo blog

Desculpem-me pela ausência, mas mudar de país não é nada fácil.
Vou continuar com este blog aqui, mas as notícias da nova vida no Canadá vocês terão que acompanhar pelo nosso novo blog. See you there!

quarta-feira, agosto 19, 2009

O gênio faz 80 anos

No próximo dia 16 de setembro, o filósofo Newton da Costa - o pesquisador brasileiro vivo mais respeitado no exterior - faz 80 anos. A Unicamp preparou um super-evento para comemorar a data, entre 23 e 28 deste mês, em Campinas: Science, Truth and Consistency. Palestrantes do mundo todo estarão presente.

Depois de se aposentar pela USP, o professor Newton foi morar em Florianópolis, onde dá um seminário por semana no programa de pós-graduação em filosofia, na UFSC. Eu costumo dizer que é como se o Ronaldinho Gaúcho decidisse encerrar a carreira no Avaí ou no Figueirense. Neste caso, certamente, a imprensa nativa daria toda a cobertura, por motivos óbvios.

Sobre o professor Newton, nem uma linha sequer. Mas o Estadão fez uma bela matéria, do Daniel Piza.

Eu estou editando um pequeno vídeo para internet com um perfil do professor Newton. Vai ser minha primeira incursão pelo mundo multimídia da internet.

Fui convidado para participar do evento da Unicamp, mas não poderei ir porque embarco para o Canadá no próximo dia 26. Deixo aqui, então, os meus parabéns antecipados ao professor Newton, com quem tive a honra de passar algumas preciosas horas, nos últimos dois anos. É uma figura fascinante. Uma história que merece um documentário bem detalhado.

terça-feira, agosto 18, 2009

Tudo outra vez


Falta praticamente uma semana para embarcarmos pro Canadá. Nestes dias que antecedem a viagem, muita correria, ansiedade, apreensão... e uma nostalgia fora de hora. Deve ser por causa da mudança radical.

Lembrei de algumas músicas que marcaram minha infância. Uma que eu ouvia muito numa das fitas cassete do pai é esta aí do kitsch Belchior. Tudo outra vez tem tudo a ver comigo. É uma canção que fala de alguém que caiu no mundo. Eu não a compreendia bem quando moleque, mas achava a melodia triste e linda ao mesmo tempo. Um pouco esquisita, ao misturar palavras como "cachorro ligeiro" com "concorde". Mas há trechos de que gosto mais: "sentado à beira do caminho pra pedir carona..."; "ainda sou estudante da vida que eu quero dar".

É uma das músicas que mais me lembram meu pai. Melhor parar por aqui.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Carnificina

Nove mortos nas estradas catarinenses só neste fim de semana. Pela experiência que tenho de estrada e como ex-patrulheiro rodoviário, posso dizer que 99% dos acidentes são causados por imprudência. Boa parte dos casos poderia ser enquadrada como assassinato. Vejam este.

domingo, agosto 09, 2009

Pai e filho


Este é o quinto dias dos pai sem o meu. Estou mais saudoso desta vez. Acho que pode ser por causa da mudança profunda que estou prestes a experimentar. Sempre bate uma insegurança.
Feliz dia dos pais!

quinta-feira, julho 30, 2009

Lá se foi o seu Antoninho

Dois anos e cinco meses depois da vó, foi a vez do vô. Seu Antoninho nos deixou na quinta-feira passada, dia 23, aos 91 anos. Na semana passada, a esta hora, eu estava a caminho de Araranguá para o velório.

Ele já estivera no hospital duas semanas antes. O coração estava parando. Os médicos não acreditavam como ele ainda estava vivo com o coração tão fraco. Mas era porque era muito forte. Resistiu e ainda conseguiu voltar pra casa.

No domingo, dia 19, fui me despedir dele. Estava corado e comendo um pirão de caldo de galinha. Como sempre, me ofereceu, mas eu resisti bravamente. Ele já não sentia o gosto direito, mas, pelo cheiro, aquilo estava delicioso.

Analfabeto, criou dez filhos, junto com a Dona Ceci. A vida era dura no Arroio do Silva lá pela metade do século passado. Faltava quase tudo. Mesmo assim, o vô abriu um pequeno comércio, que mais se transformou no maior supermercado da cidade, já tocado pelos meus tios.

A imagem que vou guardar sempre é ele sentado na área do sobrado, fazendo rede de pescar. Era o ganha-pão já na velhice. Guardou dinheiro ao longo da vida suficiente para emprestar a um e outro, não sem um jurinho básico.

Pra mim, deixou duas lições importantes: "guarde sempre 10% do que ganhar e nunca negue um prato de comida a quem está com fome, meu filho".

Agora, no final, só falava em "ir com a minha velha". Foi.

quinta-feira, julho 16, 2009

O homem criou deus à sua imagem e semelhança?

Interessante esta pensata do Hélio Schwartsman. Um trechinho:

"Num resumo algo grosseiro da mensagem central de Comings, só o que precisaríamos fazer é admitir que foi o homem que criou a ideia de Deus e escreveu os livros supostamente sagrados. Assim, nenhuma religião é verdadeiramente "a Verdadeira" ou intrinsecamente superior às concorrentes. Já não é necessário que guerreemos para descobrir se é o Deus cristão ou muçulmano que está certo. No limite, entregamos Deus para conservar uma espiritualidade menos belicosa, que nos permita a experimentar a transcendência a baixo custo. "

quinta-feira, julho 09, 2009

Ode aos velhacos e corruptos

À frente, o atraso. Censura na internet, liberação total dos velhacos e corruptos que se candidatam em busca de imunidade, etc., etc., etc. Mais do mesmo que sempre caracterizou "effepaiff". E não é só a petralhada, não. Pior pra quem fica.

Da Folha de S. Paulo:

A Câmara aprovou ontem uma reforma eleitoral que cria regras para a campanha na internet e estabelece uma série de amarras para sua cobertura por portais, sites e blogs.

Ampla e tratando de diversos temas, a lei confirma a possibilidade da doação oculta por meio de partidos, relaxa mecanismos de punição a partidos políticos (como a suspensão do Fundo Partidário) e reduz valores de multas eleitorais. Erros "irrelevantes" em prestações de contas serão ignorados, embora não se defina o que seja isso. Acaba a inelegibilidade para candidatos que deixarem dívidas de campanha.

Também fica incluída em lei a garantia de que pessoas com processos em tramitação na Justiça poderão ser candidatas antes que as instâncias sejam esgotadas. Hoje, há apenas jurisprudência nesse sentido.

Bastará para disputar a eleição o candidato ter apresentado as contas eleitorais de campanhas passadas, sem a necessidade de sua aprovação. A justificativa é não prejudicar um candidato se a Justiça demorar a apreciar as contas.

No final da sessão, uma emenda incluída de última hora criou o voto em trânsito para presidente. Eleitores fora de seu domicílio eleitoral poderão votar em urnas especiais colocadas nas capitais dos Estados.

Parte do texto-base se dedica a regulamentar a campanha na internet. Mesmo não sendo concessão pública, a internet terá que se submeter às mesmas regras de rádios e TVs.
"O jornalismo na internet é, foi e será permitido. [...] O que estamos propondo é que, além da liberdade, haja equidade", afirmou o relator do projeto, deputado Flávio Dino (PC do B-MA).

"Demos um passo em direção à modernidade. A permissão para doar pela internet vai diluir o peso do setor empresarial nas campanhas", disse o deputado ACM Neto (DEM-BA).

As regras se aplicam às empresas de comunicação. Na realização de debates, por exemplo, será necessário seguir o modelo das TVs, pelo qual dois terços dos candidatos de partidos com representação da Câmara precisam ser convidados -mesmo os "nanicos". No caso da internet, isso se estende a entrevistas e bate-papos.

Empresas de comunicação na internet (portais ou sites) não poderão favorecer candidatos na cobertura. Isso poderá dar margem à proibição de montagens satíricas. "Se for charge jornalística, não há problema. Não pode é uma trucagem, dizendo que o candidato roubou, matou ou recebeu mensalão", disse Dino.

Como sempre acontece em projetos de lei deste porte, penduricalhos de última hora apareceram. Um deles proibia na propaganda de televisão, rádio ou internet, a utilização de áudio ou imagem de adversários.

O PSDB foi contra. "Quer dizer que eu não posso colocar o Lula falando que a crise era uma marolinha?", disse o líder do partido, José Aníbal (SP). A restrição a menção ou participação de pessoas de fora da coligação na propaganda eleitoral acabou caindo.

Pré-campanha
A lei cria a figura da "pré-campanha", aceitando alguns atos de cunho eleitoral antes do início formal da campanha, no dia 5 de julho. Ficam liberadas participação em programas de TV e rádio, realização de encontros em ambientes fechados e prévias partidárias.

Sobre o financiamento de partidos e campanhas, haverá a possibilidade de doação bens próprios -como veículos e imóveis, até o teto de R$ 50 mil.

O desejo de impor limites à atuação da Justiça Eleitoral aparece em outras partes da lei. Uma proposta que previa o trancamento da pauta do TSE até que pedidos de cassação fossem votados foi retirada na última hora. Também criou-se a data limite de 5 de março do ano eleitoral para que o TSE edite resoluções da votação.

terça-feira, julho 07, 2009

Transparência, Brasil

Abaixo vocês podem ler uma carta da Transparência Brasil pedindo providências sobre os escândalos não escasseiam no Senado Federal. Fosse num país sério, já teria neguinho preso. Aqui, o presimente sai em defesa dos larápios. Não bastassem os atos secretos, eles também movimentam contas clandestinas de R$ 160 milhões! Ah, sim, parece que é tudo coisa de dois mordomos. Afinal, quem manda no Senado não são os senadores.


Criminalidade no Congresso Nacional configura crise das instituições

A Transparência Brasil vem a público para exigir do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União providências em relação aos escândalos que se sucedem nas duas Casas do Congresso Nacional sem que essas instituições respondam à altura.
Observa-se a inércia dessas Casas legislativas no que tange a tomada de medidas convincentes para investigar os suspeitos, punir os culpados e, mais importante, tomar as medidas preventivas destinadas a evitar a reprodução da criminalidade documentada

Tal inércia, aliada ao cinismo das explicações e subterfúgios empregados não só pelos principais suspeitos, mas pelas próprias Mesas Diretoras das Casas, precipitou o Parlamento num abismo de desprestígio junto à população.
Ainda que de modo difuso e de difícil mensuração, é evidente que o eleitor brasileiro está perdendo a confiança no Legislativo, nos partidos políticos e no próprio princípio de representação eleitoral.
A legitimidade dos organismos do Estado passa a ser duvidada e mesmo contestada pela população.

Os exemplos de malfeitorias cometidas por deputados, senadores e funcionários, bem como por deputados estaduais e vereadores de todo o país, desgastam a confiança do público em relação às instituições parlamentares. É crescente a quantidade de pessoas que se perguntam para quê elas existem e para quê votar.
Tal erosão de confiança não se limita ao Parlamento. Na medida em que os organismos de controle se comportam timidamente em relação ao verdadeiro gangsterismo que se tem espraiado pelo Legislativo brasileiro, o descrédito da população se estende também a tais organismos.

O que isso configura é a materialização de uma crise institucional.
Só existe uma saída institucional para isso, e ela é de responsabilidade do Judiciário e seus órgãos auxiliares, em primeiro lugar o Ministério Público.

Seria ocioso listar todos os atos ilícitos praticados por parlamentares que têm vindo a público e que têm sido escamoteados pelas instituições legislativas.
Para mencionar apenas dois dos escândalos que foram noticiados nos últimos meses, deputados e senadores usaram dinheiro público para adquirir passagens aéreas para parentes e apaniguados; ao longo de anos, o Senado conviveu com mecanismos ilegais de contratação, promoção e atribuição de benefícios a funcionários, senadores, ex-senadores e pessoas indicadas por estes.

É a seguinte a lista dos crimes previstos no Código Penal de que parlamentares e funcionários dessas Casas são suspeitos, em alguns casos in totum: Peculato (Art. 312); Peculato mediante erro de outrem (Art. 313); Inserção de dados falsos em sistema de informação (Art. 313-A); Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Art. 313-B); Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento (Art. 314); Emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Art. 315); Corrupção passiva (Art. 317); Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado (Art. 324).

Ou seja, suspeita-se de que os atos de grandes quantidades de parlamentares e de funcionários do Senado e da Câmara sejam capituláveis na virtual totalidade dos artigos do Título XI, Capítulo I do Código Penal, que trata dos crimes contra a administração pública praticados por agentes públicos.

Frente a isso, tanto no caso da Câmara quanto no do Senado, em vez de buscar o ressarcimento dos montantes desviados e a abertura de processos contra os parlamentares envolvidos, as respectivas Mesas Diretoras apressaram-se a inocentar em bloco os envolvidos.

Nos dois casos, fizeram-no com base em argumentos pseudo-jurídicos que não resistem à primeira análise. A saber, na Câmara dos Deputados alegou-se que seriam lícitos comportamentos praticados porque não havia proibição específica – quando, para agentes públicos (como é o caso de deputados federais e senadores), o que vale é a regra oposta, de que só se podem praticar atos explicitamente admitidos. Usar dinheiro público para pagar passagens de terceiros nunca foi admitido e, portanto, os parlamentares que fizeram isso cometeram ilegalidades pelas quais precisam ser punidos.

No segundo caso, do Senado, argumentou-se que atos secretos não poderiam ter sido secretos porque as pessoas beneficiadas trabalharam no Senado apesar de sua contratação, promoção etc. não terem sido publicadas.
Ou seja, tenta-se legalizar o ilegal usando-se como pretexto a materialização da consequência do ato ilegal. É como legalizar o assassinato porque, embora proibido por lei, pessoas cometem assassinatos.

Ao acobertarem ilicitudes cometidas por parlamentares e funcionários, os integrantes das Mesas Diretoras das duas Casas, bem como os membros de suas respectivas Corregedorias e Comissões de Ética, tornaram-se suspeitos de cumplicidade, ou no mínimo daquilo que é definido no Código Penal como Condescendência criminosa (art. 320) ou mesmo Prevaricação (Art. 319).

Cabe aos órgãos de controle o papel de restaurar a confiança bas instituições abalada pela complacência com que o Legislativo tem tratado essas e outras questões. Podem fazê-lo pelo simples cumprimento de suas funções constitucionais.

Assim, a Transparência Brasil dirige ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União, conforme suas competências, intervenções no sentido de:

Ao Ministério Público Federal, que tome providências para a abertura de inquérito contra todos os deputados e senadores que se beneficiaram direta ou indiretamente dos atos em questão, contra os integrantes atuais e passados das Mesas Diretoras de ambas as Casas, contra os integrantes das respectivas Corregedorias e Comissões de Ética e contra todos os funcionários suspeitos de irregularidades.

Ao Tribunal de Contas da União, que abra Tomadas de Contas Especiais tendo por objeto os organismos da Câmara dos Deputados e do Senado no âmbito dos quais as ilicitudes suspeitas foram cometidas bem como os gabinetes de todos os deputados e senadores beneficiados direta ou indiretamente.

São Paulo, 6 de julho de 2009

domingo, julho 05, 2009

O golpista golpeado

Minha opinião sobre o episódio de Honduras é esta aqui.

El año pasado, siguiendo el guión originalmente escrito por Chávez en Venezuela y adoptado por Evo Morales en Bolivia y Rafael Correa en Ecuador, Zelaya anunció que celebraría un referendo para convocar a una asamblea constituyente a fin de modificar la Constitución que prohíbe su reelección. En los meses siguientes, todos los organismos jurisdiccionales del país —el Tribunal Supremo Electoral, la Corte Suprema, la Fiscalía, el ombudsman de los derechos humanos— declararon que el referendo era inconstitucional. Según los artículos 5, 373 y 374 de la Constitución, los límites al mandato presidencial no pueden ser modificados bajo ninguna circunstancia, solamente el Congreso puede hacer enmiendas a la Constitución y las instituciones políticas no están sujetas a consulta popular. El Congreso, el Partido Liberal de Zelaya y una mayoría de hondureños (en sucesivas encuestas y a veces en las calles) expresaron su horror ante la posibilidad de que el Presidente se perpetuase en el poder y pusiese a Honduras en manos de Chávez. Desafiando las disposiciones judiciales, Zelaya persistió. Rodeado de una turba, irrumpió en las instalaciones militares donde se conservaban las boletas electorales y ordenó su distribución. Los tribunales declararon que Zelaya se había puesto al margen de la ley y el Congreso inició un juicio político para destituirlo.

Em resumo, o cara queria dar um golpe "constitucional", mas foi golpeado primeiro. Os hondurenhos conseguiram cortar o mal pela raiz, o que os venezuelanos não fizeram. Uma democracia é mais do que eleições. Um presidente eleito não pode fazer o que lhe dá na cabeça só porque foi eleito. Não se pode usar os instrumentos democráticos contra a própria democracia.

sábado, julho 04, 2009

Packing

Bom, muito falei do nosso processo de imigração para o Canadá e é chegada a hora de dar as últimas notícias. Já estamos na reta final, quase cruzando a linha. O visto já está nos passaportes e as passagens, compradas. Embarcamos no dia 26 de agosto. Façam as contas aí de quantos dias faltam porque eu não me atrevo.

Foram dois anos e dois meses de processo. Pega um documento aqui, um atestado ali; paga uma taxa pra começar e outra pra terminar. Vou fazer um post depois sobre as perguntas que nos fazem sobre essa maluquice de imigrar.

Agora, começa a fase mais difícil. Uma festinha de desped... Não! Essa palavra está proibida por esses dias. Prefiro dizer que vamos fazer uma viagem um pouquinho mais demorada. Mas, enfim, uma festinha aqui com os amigos, outra ali com a família.

A primeira foi em Curitiba, com os amigos de faculdade da Renata, no fim de semana passado. Agora, tenho que marcar em Floripa com a minha turma. Na minha família, lá no sul, vai ser no dia 18 de julho. Na da Renata, no dia dos pais.

A dica de quem já passou por isso é: não pense muito; vá logo. Faz sentido, porque esses dias que antecedem a ida são de muita ansiedade. A nossa estratégia é nos ocuparmos com o monte de coisinhas que precisamos fazer. A mais complicada é vender o carro nesses dias de IPI reduzido para os zero quilômetro. Para quem quiser, vendo um Fiat Brava 1.6 16V, 2003, completo e muito bem conservado.

Não sei se vou continuar com o ph ácido. Como lá em cima tudo é muito politicamente correto, acho que até o meu ph vai passar a neutro. Whatever. Mas, pensando bem, pra quê criar outro blog, não é mesmo? Vamos tocar este aqui mesmo.

quarta-feira, julho 01, 2009

One way multiculturalism

Engraçado isto! Quando nós, ocidentais, vamos a algum país muçulmano, somos obrigados a nos comportar conforme a tradição deles. As mulheres devem cobrir o corpo todo, em alguns países. Afinal, assim manda o manual de
boas maneiras do multiculturalismo politicamente correto.

Pois bem, por que raios não deve haver reciprocidade? Digo, por que os muçulmanos, uma vez no Ocidente, não devem seguir os costumes locais? Eles não seguem nem as leis, imaginem os costumes! Vejam essa matéria. Os gente fina da Al Qaeda estão revoltadinhos.

No Canadá, alguns indianos chegam ao absurdo de recorrer à religião para não cumprir a lei que obriga o uso de capacete para motoqueiros. Como os Sikhs usam um tipo de turbante, alegam que não podem usar o capacete. É mesmo o fim da picada. Como diz o Aluizio, botocudos há em todo lugar.

sábado, junho 27, 2009

ABC


O cara já era um artista pronto com aquela idade! Você simplesmente não consegue prestar atenção nos outros quatro. Eu realmente adoro J5.

I want you back


Jackson 5 no Soul Train. That´s black music!

sexta-feira, junho 26, 2009

moonwalk


Neste show de comemoração dos 25 anos a gravadora Motown, em 1983, Michael Jackson apresentou pela primeira vez o que viria a ser uma marca, o "moonwalk".

Dois ícones

Quem, como eu, nasceu na década de 70 e foi adolescente na de 80 lembra bem de As Panteras e dos Jackson Five. Farra Fawcet era a loura magnífica, de sorriso ingênuo lindo, do seriado. Michael Jackson deixou o grupo que formava com os irmãos para se transformar no maior artista pop de todos os tempos. Perdemos dois ícones no mesmo dia.

Enquanto escrevo, escuto The Girl is Mine. É uma das minhas favoritas dele, ao lado de Don´t Stop 'Til Get Enough, Rock With You e Billie Jean. A primeira, romântica; a segunda, dançante. Bem Michael.

O pop nunca mais foi o mesmo depois dele. Deixou marca indelével nos videoclipes. Lembro da primeira vez que assisti a Thriller. Foi na casa de minha avó. Me impressionou bastante.

Eu gostava dessa coisa de artista completo, mas o que mais me agradava era a voz dele. Desde os Jackson Five, fase de que gosto mais, por ter mais cara de black music. Adoro música americana de negão.

Quando passei um tempo em Toronto, comprei uma coletânea dos Jackson 5. Excelente e barata. Foi a minha trilha sonora no disc man, para desgosto do meu professor, que imaginava estar eu escutando bossa nova. Foi lá que assisti ao melhor show de black music.

Mesmo não sendo nem sombra do artista que foi, torci pra que a notícia não fosse verdade. Não deu.

Thanks, Michael.

sábado, junho 06, 2009

terça-feira, junho 02, 2009

Mistério e hipóteses

O mistério sobre o que causou a queda do avião da Air France dever perdurar por muito tempo, mas há algumas boas hipóteses, como esta.

De tudo o que li e ouvi, o desastre parece ter sido causado por um tempestade severa. Não apenas raios, já que eles não derrubam aviões, mas podem causar danos elétricos.

Um coronel da reserva disse há pouco que, mesmo no caso de uma pane elétrica completa, o avião teria um sistema de cataventos para gerar eletricidade de emergência.

Além de raios, a tempestade teria sido tão forte a ponto de a estrutura do avião não resistir. A ruptura abrupta do avião explicaria o fato de os pilotos não terem pedido socorro.

Claro que os adeptos das teorias conspiratórias já falam em atentado e até mesmo em mísseis - desgovernados ou não.

Ainda que não tenha sido um atentado, a hipótese de ter havido uma explosão não pode ser descartada. O mesmo coronel relatou casos de desastres provocados por explosão de carga mal manipulada.

Um entrevistado numa matéria da CBC TV faz a pergunta-chave: se havia uma tempestade à frente, por que o piloto decidiu entrar nela?

Um outro especialista ouvido por uma TV brasileira hoje explicou que cada companhia tem políticas próprias no gerencimento de voo. Mudanças de rota, como para contornar tempestades, podem elevar os custos de operação. Pilotos são frequentemente pressionados a reduzir os custos. Mas ele ressaltou que não chegaria ao ponto de colocar em risco a segurança de passageiros e tripulantes.

quarta-feira, maio 13, 2009

Assassino voador

Um típico playboy curitibano matou dois jovens ao bater no carro deles em alta velocidade. Estava a 190 Km por hora.

O playboy já tinha 30 - isso mesmo, 30! - multas, a maioria por excesso de velocidade. Já estava sem o direito de dirigir automóveis porque contava 130 pontos na carteira.

Como é deputado estadual, o playboyzinho tem foro privilegiado na Justiça.

Por ser deputado estadual, o delegado não mandou fazer o teste de teor alcoólico no meliante. Sim, porque quem está com a carteira apreendida e, assim mesmo, voa com o carro e mata duas pessoas só pode ser chamado de bandido! Mesmo sendo deputado.

Aqui no Brasil, a lei vale para todos, menos para os que estão no poder.

Ainda bem que o consulado já nos pediu os passaportes para a emissão dos vistos.

sábado, abril 25, 2009

Rumo à civilização

Meu amigo Maurício Oliveira fez alguns comentários no post anterior que merecem um outro específico. Concordo com ele que uma coisa é a impressão que temos de um outro país como visitantes. Outra, bem diferente, é imigrar.

Não tenho dúvidas disso. Estamos no processo de imigração há mais de dois anos. Nesse período, acompanho muitos blogs de gente que já foi ou está indo morar no Canadá. Acompanho a imprensa de lá diariamente. Ou seja, não tenho grandes ilusões. Sei que não estamos indo para o paraíso.

O Canadá tem lá os seus defeitos. E não estou me referindo ao frio e à neve. Falo, principalmente, da ingerência estatal na vida das pessoas. Eu, atualmente, sou um tanto liberal, e o Canadá tem uma tendência forte ao que se pode chamar de social-democracia.

Mas esse preço a pagar é pequeno. Lá, o governo tributa, mas dá em troca. O transporte público e a saúde funcionam e há segurança nas ruas.

Imigrar é uma decisão difícil - até mesmo extrema. No nosso caso, sempre quisemos morar fora. Não sei se será para sempre. Mas queremos ficar por lá pelo menos uns três anos para ter cidadania canadense.

Geralmente, os imigrantes que escolhem o Canadá (ou Austrália, Nova Zelândia) têm um perfil diferente dos demais. Eles não vão em busca de enriquecer, mas de outras coisas não menos caras, como estabilidade, segurança e uma vida melhor para os filhos.

A maioria tem curso superior e está razoavelmente bem estabelecida aqui no Brasil. Até porque, para passar com sucesso pelo processo, é preciso ter as qualificações: formação, idade, conhecimento do idioma e grana.

A única coisa de que discordo do Maurício é a história do destino. Se o destino me fez nascer no Brasil, problema dele. Eu mudo para o Canadá! Não tem essa de destino, não.

No nosso caso, se não gostarmos, voltamos e pronto. Conheço gente que foi e adorou (a grande maioria) e gente que detestou e voltou. Por isso que é uma coisa muito particular. Eu sou meio cigano. É tudo uma questão de perspectiva. Eu moraria em vários lugares do mundo, se me deixassem.

Mas eu não quero deixar a imagem de que estamos imigrando porque estamos desiludidos com o Brasil. A primeira razão é que sempre quisemos morar fora, e só agora tivemos a oportunidade.

É claro que a situação do país nos empurra para lá. Prefiro ter filhos lá a tê-los aqui e correr o risco de vê-los arrastados por um bando de botocudos do lado de fora do carro que eles tentam roubar. Estou exagerando? Pode ser, mas ainda ontem um outro episódio grotesco desses ocorreu - ainda bem que o menino sobreviveu.

Sim, a violência é uma das coisas que mais me incomodam por aqui. Simplesmente porque o medo nos impede de fazer coisas singelas, como sair à rua depois de uma certa hora da noite.

"Ah, mas lá no Canadá também tem violência". Sim. Em Toronto, matam em um ano o que matam em menos de um mês em São Paulo.

Civilidade. Pelo menos por alguns anos.

Ah, sim, Maurício, vocês serão muito bem recebidos por lá. Será uma honra.

sexta-feira, abril 24, 2009

Here we go!

No more Lulas, Dirceus, Protógenes, Dantas, Joaquins, Gilmares, Temeres, Renans, Sarneys, et caterva.

Isto é o que nos espera em breve.

Barbosa, o irritadinho

O episódio do STF desperta em mim o conflito entre o meu lado racional e o, digamos assim, emocional. Não consigo deixar de dar risadas ao rever o bate-boca. É hilário ver aqueles velhinhos lavando roupa suja naquele ambiente pomposo.

Mas, no fundo, no fundo, é episódio lastimável, sem dúvida. Achei desproporcional a reação de Joaquim Barbosa. Deveria haver algo mais por trás de tamanho destempero.

E há. Este texto aqui explica mais ou menos a realidade do STF. Barbosa veio do Ministério Público e teria visão conflitante da de seus pares. Esses se inclinariam mais para a defesa dos direitos individuais, enquanto Barbosa compactuaria com a ideia de as elites influenciam as decisões do STF. Por isso, seria tolerante com os métodos nada ortodoxos de investigação adotados pelo MP e pela PF naquelas operações de nomes engraçadinhos.

A base da democracia é justamente o respeito aos direitos individuais. Portanto, quem os defender intransigentemente tem o meu apoio e respeito.

terça-feira, abril 21, 2009

Gênio doente

Stephen Hawking não está nada bem.

Por que não te calas, idiota?

Só eu achei isso uma provocação? É preciso muita ingenuidade (ou burrice, mesmo - o que não falta na nossa imprensa) para achar que o gesto do canastrão do século XXI foi um "sinal de aproximação entre os dois líderes". Faça-me o favor!

O livreto "As veias abertas da América Latina" também pode ser intitulado "O manual do perfeito idiota latino-americano".

segunda-feira, abril 20, 2009

terça-feira, abril 07, 2009

Isn´t she lovely?


Hoje é um dia muito especial. Não, não é por causa do dia do jornalista. Muito mais importante do que isso. Hoje é aniversário da Renata - the love of my life.

Acho que é o décimo aniversário dela que passamos juntos. Além de linda, tem uma paciência de Jó para me aguentar por esses anos todos.

Por isso é que dei um jeitinho de transferir uma reunião que eu tinha no Rio para passar esse dia aqui com ela.

Como sou um pouquinho mais velho, falei pra ela que não dói nada passar dos 30. A não ser quando você se mete a jogar futebol duas vezes por semana, o que leva a dores musculares que persistem por três dias.

Como no próximo aniversário é bem possível que não estejamos mais por aqui (não, não quis dizer neste mundo, mas neste hemisfério), domingo teve almoço de família e hoje vai ter outro.

Parabéns, Rê!


ISN´T SHE LOVELY

Isn't she lovely
Isn't she wonderfull
Isn't she precious
Less than one minute old
I never thought through love we'd be
Making one as lovely as she
But isn't she lovely made from love

Isn't she pretty
Truly the angel's best
Boy, I'm so happy
We have been heaven blessed
I can't believe what God has done
through us he's given life to one
But isn't she lovely made from love

Isn't she lovely
Life and love are the same
Life is Aisha
The meaning of her name
Londie, it could have not been done
Without you who conceived the one
That's so very lovely made from love

quarta-feira, abril 01, 2009

Lei de imprensa

O STF julga hoje a constitucionalidade da Lei de Impresa e a obrigatoriedade de diploma específico para o exercício do jornalismo. Eu defendo o fim da exigência do diploma para jornalista (mas tenho um).

Assista ao vivo.

Simbolismo vazio

Hour of no power increases emissions

Bjorn Lomborg March 27, 2009

THIS Saturday, the World Wildlife Fund wants everybody on the planet to switch off their lights for an hour in a "global election between Earth and global warming", where switching off the lights "is a vote for Earth".

In Australia, where Earth Hour started, it evidently enjoys strong support from politicians, celebrities, corporate backers and the public. The efforts this Saturday certainly will be well-intentioned. Many of us worry about global warming and would like to be part of the solution.

Unfortunately, this event - as with many public proposals on climate change - is an entirely symbolic gesture that creates the mistaken impression that there are easy, quick fixes to climate change. One provincial British newspaper wrote this week: "Saving the planet could be as easy as switching off the lights in South Tyneside, green campaigners say."

It will take more than the metropolitan borough of South Tyneside, population 152,000, to solve global warming. Even if a billion people turn off their lights this Saturday, the entire event will be equivalent to switching off China's emissions for six short seconds.

In economic terms, the environmental and humanitarian benefits from the efforts of the entire developed world would add up to just $21,000.

The campaign doesn't ask anybody to do anything difficult, such as coping without heating, air-conditioning, telephones, the internet, hot food or cold drinks. Conceivably, if you or I sat in our houses watching television, with the heater and computer running, we could claim we're part of an answer to global warming, so long as the lights are switched off. The symbolism is almost perverse.

In Australia last year, Earth Hour's organisers required participating businesses to pledge to reduce their emissions by 5 per cent during the following year. This year, that requirement has been dropped. "We decided we'd actually downplay (concrete cuts)this time," the chief executive of WWF Australia told The Sunday Age.

There apparently has been no accounting of whether last year's sponsors lived up to their pledge. The Sunday Age reported last week: "An analysis of the key sponsors of Earth Hour reveals that most have reported increased emissions in their most recent figures."

And it gets worse: the event could cause higher overall pollution than if we just left our lights on. When asked to extinguish electricity, people turn to candlelight. Candles seem natural, but are almost 100 times less efficient than incandescent light globes, and more than 300 times less efficient than fluorescent lights.

If you use one candle for each extinguished globe, you're essentially not cutting CO2 at all, and with two candles you'll emit more CO2. Moreover, candles produce indoor air pollution 10 to 100 times the level of pollution caused by all cars, industry and electricity production.

No wonder that even committed climate campaigners are sceptical. Clive Hamilton, author of Scorcher: The Dirty Politics of Climate Change, told The Sunday Age last week that "we are well past the time for feel-good exercises aimed at raising awareness. It's like the band playing on as the Titanic sinks."

He said there was a real danger that Earth Hour convinced people we were making progress on climate change when we were not. And it let business and government off the hook.

There is still no cheap replacement for the carbon that we burn. This is the reason many promises of drastic CO2 cuts remain just empty promises and why past global agreements to cut CO2 have gone unfulfilled.

A meaningful solution to global warming needs to focus on research into and development of clean energy, instead of fixating on empty promises of carbon emission reductions.

It is vital to make solar and other new technology cheaper than fossil fuels quickly so we can turn off carbon energy sources for a lot longer than one hour and keep the planet running. Every country should agree to spend 0.05 per cent of its gross domestic product on low-carbon energy research and development.

The total global cost would be 10 times greater than present spending, yet be 10 times less than the cost of the Kyoto Protocol on carbon emission reductions. This response to global warming is a realistic, achievable one.

Fossil fuels literally gave us an enlightenment, by lighting our world and giving us protection from the fury of the elements. It is ironic that today's pure symbolism should hark back to a darker age.

Bjorn Lomborg is the director of Denmark-based think tank the Copenhagen Consensus Centre, adjunct professor at the Copenhagen Business School, and author of Cool It and The Skeptical Environmentalist.
Link to article: http://www.theaustralian.news.com.au/story/0,25197,25247677-7583,00.html

segunda-feira, março 30, 2009

Zappi

Engraçado, o blog do Zappi é um dos melhores que conheço e até agora - não sei por que - eu não tinha colocado um link pra ele aí ao lado! Está consertado o meu lapso. Corram pra lá.

sábado, março 28, 2009

As hordas verdes

Estes movimentos de massa me preocupam. As hordas quase sempre perdem a razão. E elas podem se juntar para "salvar o planeta". Daí, aquela tal da liberdade individual vai por água abaixo.

Aqui na minha vizinhança, a maioria dos apartamentos aderiu à tal "hora do planeta". OK, cada um faz o que bem entender, dentro da lei.

O problema é que eles não pensam assim. Quando deu 20h30min, o bando se juntou para constranger os que ousavam permanecer com alguma lâmpada acesa. "Apaga a luz", berravam.

É claro que não é suficiente pra me intimidar. Chamei-os de babacas e de maria-vai-com-as-outras. Os gritinhos histéricos de marmanjos continuaram por alguns minutos até cansarem.

O que me espanta, nesse comportamento de manada, é que eles não têm a mínima dúvida de que estão com toda a razão.

Mas e eu, tenho alguma dúvida? Todas. É muito provável que o atual ciclo de elevação da temperatura seja causado, em parte, por atividades humanas, mas não se sabe exatamente quanto.

O que se pode argumentar é que, pelo sim, pelo não, melhor será reduzir o consumo de recursos naturais. Mal não vai fazer.

OK, parece razoável. O problema é a histeria e o catastrofismo, que podem levar por água abaixo, inclusive, alguns direitos básicos do cidadão, como acender ou desligar as luzes quando bem entender.

E o pior é que entre os adeptos desses movimentos de turba estão aqueles que nunca se preocupam em economizar água ou energia elétrica. Tomam banho com o chuveiro ligado o tempo todo; vão de carro à padaria; dormem com a televisão ligada... Enfim, uns hipócritas.

Dia mundial da estupidez

Vejam só este post lá do Coluna Extra. Uma jornalista portuguesa traz informação importante sobre desatinos como o tal movimento "hora do planeta", marcado para hoje, sábado.

Meu comentário lá: A estupidez humana não tem limites, e as Ongs "ambientais" são a maior prova disso. Não participo de campanhas. A Terra já esquentou e esfriou muitas vezes, antes mesmo de nós, humanos, darmos o ar de nossa graça por aqui. Mas as Ongs precisam de um discurso que lhes garanta dinheiro. São como os sindicatos. "Sindicalista" e "ongueiro" são, hoje, profissões; um modo de ganhar a vida.

O futuro do jornalismo - ou o jornalismo tem futuro?

DO COMUNIQUE-SE

Entusiasta dos modelos de colaboração na Internet, o jornalista e diretor da The Information Company nos EUA Pedro Augusto Costa publicou, no site InvestNews, um artigo sobre a sustentabilidade financeira da Wikipedia.

Antes, tratou de convidar usuários do site Wikimedia no Brasil, para corrigir e ajustar o texto. cerca de 30 colaboradores o ajudaram a aprimorar o conteúdo do artigo - que, em um dos trechos, afirma: a Wikipedia, reunindo conhecimento de forma prática e ágil, está tomando o lugar dos jornais.

"Todo mundo gera conteúdo e compete com você, e essa mudança está vindo de uma forma muito rápida", complementa Costa, profissional acostumado a "separar o joio do trigo" há 30 anos.

Nesse cenário onde artigos sobre ciência, economia ou tecnologia podem ficar melhores se escritos a várias mãos, em uma conversa onde leitores e espectadores participam da produção editorial, qual o papel de quem está acostumado a filtrar o que interessa? "E pra que esse profissional?", devolve Costa, questionando a necessidade do jornalista.

"Se todo mundo está convidado a ser jornalista, as pessoas ainda vão precisar de alguém que escolha suas notícias? Será que existirão repórteres daqui a cinco, seis anos? O jornalismo é uma atividade muito bonita para ficar apenas nas mãos dos jornalistas", provoca.

O debate sobre o futuro do jornalismo aumentou nas últimas semanas, coincidindo com as notícias sobre a crise nos jornais impressos, sobretudo nos EUA.

Discurso similar ao de Pedro Costa, sobre a falta de otimismo da imprensa norte-americana, tem o colunista de O Estado de S. Paulo Pedro Doria. Seu ponto de vista, que rendeu 140 manifestações em seu blog, Doria lembra que os números indicam aumento na circulação de jornais, mas por uma conjuntura econômica.

Isso quer dizer, em suas palavras, que "os grandes grupos de mídia brasileiros têm mais tempo do que os norte-americanos para enfrentar as mudanças que já estão acontecendo".

Pedro Costa lembra que, diante desse impacto, a imprensa ainda não encontrou um modelo viável para pagar seus custos. "A mídia sabia que isso aconteceria e não fez nada para mudar, não se preparou para este futuro. E ainda é impossível dizer qual a alternativa para isso", conclui.

Para Doria, três modelos estão sendo analisados: a publicidade, a existência de fundações mantenedoras e doações do público.

Autor do blog de sugestivo nome "O Jornalismo Morreu!", o professor do curso de Comunicação do Centro Universitário Una Jorge Rocha convidou jornalistas para analisar este panorama. Ao final, uma pergunta permanece sem resposta: "então, a partir daqui, para onde é que nós vamos?".

Entre tantas incertezas, a constatação de Pedro Costa é: "precisamos nos adaptar".

Jornalista do Senado trabalhou para políticos

DO COMUNIQUE-SE

Jornalista e advogada, a diretora da Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado Federal, Elga Mara Teixeira Lopes, tem deixado a Casa para se dedicar a campanhas eleitorais.

A denúncia é da edição desta sexta-feira, do jornal O Globo. Segundo o diário, Elga, que é especialista em pesquisa de opinião, trabalhou em campanhas mas continuava recebendo os vencimentos do Senado. A jornalista conta que, quando realizou esse tipo de trabalho, estava de férias.

Levantamento feito pelo jornal junto à Diretoria de Recursos Humanos mostra que não houve registro de afastamento ou licença nos períodos em que ela fez campanhas.

Contratada em 28/02/03, nomeada pelo então presidente José Sarney (PMDB-AP) como secretária parlamentar, ela trabalhou na campanha de João Paulo (PT) à prefeitura de Recife, um ano depois. Em 2006, fez a cmapanha do senador Delcídio Amaral (PT) ao governo do Mato Grosso do Sul. Também fez a campanha pelo Amapá de Sarney e o segundo turno da campanha de Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão.

“A Elga trabalhou durante a minha campanha de 2006, mas depois foi chamada pelo Sarney para ir para o Amapá. Ela teve que ir embora porque ele estava apertado lá”, conta Delcídio.

Coordenador de rádio e TV das campanhas de Sarney e Roseana, Ricardo Soares contou que Elga atuou nas campanhas do presidente do Senado no Amapá e no segundo turno no Maranhão.

“Esteve lá o tempo inteiro e trabalhou bastante. Dizia que era contratada do Senado, de onde vinha seu pagamento, e que tinha sido levada para lá pelo Sarney”.

No ano passado, trabalhou com a equipe de Kaká Colonesi por dois meses em Manaus, na campanha do candidato a prefeito Omar Aziz (PMN). Segundo pessoas que conviveram com Elga, ela ficou por dois meses por lá.

Através do assessor de imprensa do gabinete de Sarney, Chico Mendonça, Elga avisou que apresentaria documentos provando suas férias, o que não foi feito. Disse também que é celetisa (não concursada), e que por isso não devia exclusividade ao Senado.

“Em 2006, não exerci qualquer função nas campanhas de Roseana e do senador José Sarney. Estive em São Luís por poucos dias, quando dei literalmente, palpites na análise de pesquisa de opinião da campanha da governadora de Roseana”, disse, através de Mendonça.

Estatatuto do servidor público não permite ausência em função originalO estatuto do servidor público, válido para celetistas também, diz que a prestação de serviço fora de sua função só é permitida se não prejudicar a original.

“Se ela era diretora do Senado não poderia receber de contratos particulares. Não sabia que ela tinha participado dessas campanhas e se não teve um afastamento da função, vamos examinar o caso para ver o que fazer”, disse o 1º secretário do TCU, Heráclito Forte (DEM-PI).

Se for comprovado que Elga se ausentou de suas funções no Senado sem se licenciar para atuar nas campanhas, o TCU pode entrar com ação pedindo que ela devolva os salários pagos pela Casa nesses períodos.

Elga tem mestrado em pesquisa de opinião na França. No Senado, atuou como diretora da Secretaria de Pesquisa de Opinião Pública.

Procurada pelo Comunique-se, Elga não está no departamento de Comunicação do Senado nesta sexta. Segundo colegas, só volta ao Senado na segunda-feira (30/03).

quinta-feira, março 26, 2009

O primeiro a gente não esquece

O primeiro podcast a gente nunca esquece. O audiozinho do post anterior é apenas um teste, já que uma das tarefas da semana do curso de Web 2.0 do Knight Center é fazer e publicar um arquivo em áudio. Apanhei um pouco, mas consegui. A sensação de aprender é realmente duca.

quarta-feira, março 25, 2009

terça-feira, março 24, 2009

Filosofia da Ciência - Popper

Na segunda aula, analisamos um texto de Karl Popper: o capítulo 4 (Sobre a Teoria da Mente Objetiva) de Conhecimento Objetivo. Nele, Popper apresenta sua tese dos três mundos.

Popper apresenta uma visão “pluralista” como alternativa à corrente tradicional dualista – dualidade corpo e mente. A seguir, listo os principais tópicos.

Além do mundo material e o da mente, Popper defende a tese pluralista da existência de um “terceiro mundo”. Tal como em Platão, seria algo como um “mundo das idéias”, diferente dos dois anteriores – ainda que Popper se declare um “não-platônico”.

Em resumo, haveria três mundos. O mundo material (ou dos estados materiais); o mundo mental (ou dos estados mentais); e o mundo dos inteligíveis (ou dos objetos de pensamentos possíveis). Esse terceiro mundo englobaria, por exemplo, as “teorias e suas relações lógicas”.

O principal problema desse esquema, Popper reconhece, é a relação entre esses mundos. Para ele, o primeiro se relaciona com o segundo e este com o terceiro. Ou seja, o mundo das experiências subjetivas se relaciona com ambos; é a ligação entre eles. Essa ligação não se dá de maneira direta entre o primeiro e o terceiro mundos.

O terceiro mundo, das teorias matemáticas e científicas, exerce imensa influência sobre o primeiro mundo. A tecnologia seria a expressão maior dessa influência.

Isso faz do terceiro um mundo “objetivo”. Ele contém conceitos ou noções universais, além de verdades ou proposições matemáticas.

À diferença de Platão, para quem o terceiro mundo era autônomo ou sobre-humano, e dos filósofos que rejeitaram a existência do terceiro mundo por entenderem que a linguagem é produto do homem e, portanto, do segundo mundo, Popper caracteriza o terceiro mundo como sendo tanto autônomo quanto produto da atividade humana. Transcende seus criadores e interfere na realidade.

A partir disso, Popper pretende abordar a “teoria da compreensão”, que considera “o problema central das humanidades”. O processo de compreensão deve ser entendido como diferente de seu resultado (interpretação). A interpretação será uma teoria e, portanto, pertencerá ao terceiro mundo. “A atividade de compreensão consiste, essencialmente, em operar com objetos de terceiro mundo.”

O esquema de Popper para a atividade de compreensão consiste em: P1 → TE → EE → P2; onde P1 é problema de partida; TE é a teoria experimental inicial (conjectura); EE é a eliminação de erro; e P2 é o resultado da tentativa crítica de solucionar o problema.

Uma compreensão satisfatória será alcançada se a interpretação, a teoria conjectural, encontrar apoio no fato que esperávamos. A relação entre uma solução e um problema é uma relação lógica (do terceiro mundo).

Em resumo, sua tese central é: qualquer análise intelectualmente significativa da atividade de compreender tem de analisar nossa manipulação de unidades estruturais e instrumentos de terceiro mundo. Quando reconhece a autonomia do terceiro mundo, Popper não deixa espaço para relativismos. O conhecimento (terceiro mundo) é objetivo e transcende o nível pessoal, até mesmo de seus criadores. Ou seja, a ciência é universal; não depende da minha ou da sua vontade; nem de lugar (vale aqui, na China ou na Índia).

Meu outro blog temporário

No curso de Web 2.0 do Knight Center, cada aluno tem um blog no qual publica as tarefas de cada módulo. O meu é este aqui. Depois, vou colocar lá os links para os blogs dos colegas.

O curso é muito legal. A interação com colegas de todos os cantos do país e as orientações do Castilho são enriquecedoras.

Nesta semana, vamos ver como lidar com imagem, áudio e vídeo nos blogs. Vou fazer meu primeiro podcast.

quinta-feira, março 19, 2009

Filosofia da Ciência - aula 1

Não sei se mencionei aqui que estou cursando filosofia da ciência, no programa de pós-graduação em Filosofia, da UFSC, como aluno especial (não sou aluno regular do programa). Pois bem, neste semestre, vamos estudar o problema da validade do conhecimento científico. Entre os autores, alguns que eu já conheço, como Popper e Bunge, mas outros completamente novos, como M. Pera, B. Fay, J. Ravetz e Knorr-Cetina.
Mas como é mesmo este negócio de "validade do conhecimento científico"? Na primeira aula, o professor Alberto Cupani deu um exercício esclarecedor. Das proposições seguintes, quais você diria que são válidas (para não usarmos a palavra "verdadeiras")? Ou melhor, em que grau cada uma pode ser considerada válida?

1. "47+28=75"
2. "Os corpos se atraem com uma força diretamente proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da sua distância" (lei da gravitação universal; tem formulação matemática)
3. "H20 é a fórmula da molécula da água."
4. "Júpiter tem quatro satélites."
5. Teoria da evolução das espécies pela seleção natural.
6. "A moral tem como função garantir a coesão social."
7. "A revolução francesa se deveu principalmente à pressão econômico-política da burguesia."
8. "Os sonhos e atos falhos manifestam problemas inconscientes."

Perceberam como o recurso pedagógico do professor Cupani funciona para responder à pergunta? Achei muito bom.

PS. Vou fazer aqui o que não consegui fazer nos cursos de lógica que fiz no ano passado. Dar umas pinceladas do que acontece nas aulas.

Genial!



Esta eu não conhecia. Sensacional!

Coisa da antiga



Bota na antiga nisso! Essa eu ouvia nas fitas cassetes que meu pai tinha sempre no carro.

terça-feira, março 17, 2009

Poor guys

Matéria da CBC mostra quanto os ricaços perderam com a crise econômica (no link, vá para página 4). Que tal um "bolsa caviar"?

sábado, março 07, 2009

Jornalismo na Web 2.0

Fui selecionado para um curso online à distância de Introdução ao Jornalismo na Web 2.0: Oportunidades e Desafios na Era Digital, do Knight Center for Journalism in the Americas, da Universidade do Texas. 320 inscritos para 50 vagas.
Como vocês podem ver abaixo, o curso é introdutório e parece bem interessante.

Módulo I - Capitulos 1 (Sopa de Letras), 2 (Web 2.0) e 3 (ferramentas e brinquedos)
a) Apresentação do curso enfatizando cultura digital e alertando que não é um curso sobre tecnologia.
b) Nunca foi tão interessante fazer jornalismo como agora, graças à ferramentas digitais;
c) Onipresença da noticia e desafios colocados aos jornalistas e interessados na informação;
d) Querendo ou não, os jornalistas estão entrando na era digital porque as empresas não tem outra opção para sobreviver
e) O curso vai acompanhar os alunos na exploração da cultural digital num ambiente jornalístico;
f) Apresentação siglas e sopa de letras. Explicação bits, bytes, URL, IP, RSS, FTP, IM e outros
g) Como funciona a Web – Navegadores, memórias,
h) Web 2.0 – Google, Wikipedia, MySpace, Del-icio-us, e Flicr.
i) Jornalismo em rede: OhmyNews, Newswine, Newstrust, NowPublic, Reddit, Digg, Slashdot.
j) Tags e a folksomania
k) Jornalismo móvel (MOJO)
l) Gadgets do jornalismo móvel – pen drive, telefones celulares tipo Treo, iPods,
m) Wifi, Wireless e computadores ultra portáteis (Asus EEE e Everex)
n) Exercicios

Módulo II – Capítulos 4 (Reportgem), 5 (Blog) e 6 (Reportagem em vídeo);
a) Novos sistemas de reportagem online
b) Buscas online tutorial e dicas
c) CAR (Cumputer Assisted Reporting), bancos de dados e planilhas
d) Jornalismo colaborativo e participação dos usuários (Crowdsourcing)
e) Código Aberto na informação
f) Como montar, administrar e divulgar um blog
g) Tipos de Blogs – exemplos em português e comentarios
h) Relacionamento com visitantes
i) Fotos, áudios e vídeos em blogs – exemplos em português
j) Reportagem em ambiente online – principais características
k) Reportagem multimídia - dar exemplos e links
l) Notícia em tempo real – dar exemplos e links
m) Geo-notícias via Google Maps – exemplos
n) Exercicios

Módulo III – Capítulos 7 (Podcast), 8 (fotos) e 9 (Vídeos);
a) Como montar, administrar e divulgar um podcast noticioso
b) Exemplos de podcasts – links brasileiros e portugueses
c) Fotografia digital – principios básicos
d) Fotografia digital - edição / Photoshop e Irfanview
e) Fotologs – como montar e exemplos
f) Slideshows – dicas sobre como fazer e exemplos
g) Mesh ups – conceito, polemica e exemplos
h) Vídeos online – princípios básicos / produção / exibição
i) YouTube e WebTvs
j) Exercícios

Módulo IV – Capítulos 10 (Edição), 11 (Roteiro) e Epílogo
a) Vídeo Digital – edição e pós-produção
b) Vídeo Digital – Publicação / dicas e exemplos
c) Multimídia em jornalismo na Web
d) Roteiros para notícias online – técnicas e produção
e) Roteiros e hiperlinks
f) Narrativas não lineares
g) Entrevistas online – gravadas e em tempo real
h) Stand ups
i) Empreendedorismo jornalístico online – Teoria da Cauda Longa (nichos informativos) / novas funções dos jornalistas (coaching e tutoriais) – novas rotinas e valores na produção de informações online.
j) Daily Me / Jornalismo comunitário /
k) Exercício e trabalho de conclusão do curso
l) Encerramento

sexta-feira, março 06, 2009

Igreja medieval


A igreja católica não se cansa de dar provas de que parou lá na Idade Média. O arcebispo de Olinda e Recife excomungou a equipe médica que fez o aborto na menina de nove anos que fora estuprada pelo padrasto, assim como os parentes dela. Já o estuprador não está sujeito à excomunhão, como diz o tal arcebispo nesta matéria. Eu até poderia me alongar aqui em analisar o caso, como já fizeram muito bem Arnaldo Jabor e Luiz Carlos Prates (no vídeo). Limito-me a um desabafo: arcebispo safado! Sorte dele é que não há inferno, porque arderia por lá pela eternidade.
Depois a igreja católica não sabe porque perde fieis a cada dia. De um lado, os safados da teologia da libertação; padrecos vermelhinhos, presos no século XX. De outro, os igualmente retrógrados, presos na Idade Média, cujo representante máximo é o papa Bento XVI.

PS. E os esquerdóides ainda dizem que o Prates é "conservador". Talvez porque considere mais os fatos e a ciência em lugar da ideologia.

sábado, fevereiro 07, 2009

Aula de teoria dos jogos


Esta é uma aula de Yale de introdução à teoria dos jogos. O sotaque britânico e a fala acelerada podem complicar um pouco, mas a aula é muito boa.
(Via dicas de um fuçador)

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

A culpa é do governo

A crise ue se espalhou pelo globo está sendo debitada na conta dos "neoliberais" - o que quer que isso signifique. A culpa seria da falta de regulação dos mercados financeiros, ou "cassino", no jorgão esquerdóide.

Este texto de Carlos Sandenberg mostra exatamente o contrário. Foi o governo americano, sob a sanha democrata demagógica, lá no fim da década de 90, quem patrocinou a bolha imobiliária que viria a estourar no fim de 2008. Na ânsia de dar casa a quem não tinha, emprestaram dinheiro a quem não podia pagar. Deu no que deu.

É claro que já ouvi interpretações do tipo teoria da conspiração. Os direitas, neoliberais, fdp estariam querendo transferir a culpa para o governo, esta entidade que nunca erra e que a todos salva. Sugiro ao Damião e a seus leitores que leiam o texto do Sardenberg. Ah, claro, esqueci que ele não passa de um neoliberal, direitão, fdp...

domingo, fevereiro 01, 2009

Um século de Sampa

São Paulo, 100 anos depois.

Sampa fez aniversário no último dia 25, junto com o meu ilustre amigo paulista Marcelo Santos. Abaixo, o bom humor duplo, da música do Premeditando o Breque e a interpretação do Acordavocal.

sábado, janeiro 31, 2009

Há 50 anos

Do curling para um esporte um pouquinho mais popular. Faz 50 anos que o Brasil ganhou o primeiro mundial de basquete.

What the hell is Curling?

Não estou mais só. O Brasil já tem uma seleção de curling! Cur o quê!? C-u-r-l-i-n-g! Só consigo comparar o curling com a bocha. Eu chamo de jogo da vassourinha.

E os caras ainda desafiaram os EUA, terceiro melhor do mundo. Os canadenses são os campeões. Vejam a jogada de mestre no vídeo abaixo.

Mas de onde eu conheço este joguinho tão "emocionante", você deve estar se perguntando. Sim, sim, eu estive no Canadá.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Só seis?

Não gosto muito desta coisa de listas, memes e quetais, mas a Alexandra me intimou. Então, vá lá:

1. Já morei em sete cidades, de três estados diferentes. Estou sempre assim, de partida.
2. Já estudei jornalismo e economia, mas só terminei o primeiro curso.
3. Já fui patrulheiro rodoviário federal. Um professor me chamava de meganha em plena faculdade, mas eu não estava nem aí. Fiz concurso, passei e tinha a minha grana pra me sustentar. Depois de acumular o jornalismo com a polícia, tive uma crise de estresse porque dormia uma noite sim e outra não. Segui no jornalismo.
4. Sou um dos milhões de brasileiros que sonharam em ser jogador de futebol. Joguei no infantil e no juvenil do Criciúma por um ano e meio. Jogo bem no gol até hoje, apesar da barriga.
5. Entre as muitas coisas que não conheço estão música e cinema. Afe, como pode um jornalista não entender nada de "cultura"? Mas conheço alguma coisa de filosofia da ciência e lógica. Serve?
6. Tenho poucos amigos, mas são os melhores. Eles me chamam de ranzinza, não sei por que. :)

quinta-feira, janeiro 29, 2009

O mercado de faxinas

O Brasil é um país de pobres. Não há tantos famintos como o governo imagina, mas é certo que há muitos pobres. Pois bem, por que, então, é tão difícil encontrar uma faxineira?

Para limpar uma casa, uma diarista cobra entre R$ 50 e R$ 60. Calculando por baixo, se trabalhar de segunda à sexta, fatura mil reais por mês - mais de dois salários mínimos. Nada mau, se considerarmos que muito gente trabalha pela metade disso. OK, as diaristas não têm as vantagens legais de um trabalhador com carteira assinada, mas também não arcam com os descontos.

Acabei de ver na TV uma reportagem com uma família na qual o marido ganha pouco e a mulher está desempregada. O que a faz ficar em casa, quando poderia ganhar mil reais por mês? A família recebe uns trocados do Bolsa Família, mas é quase nada se comparado com o que poderia faturar com as faxinas. Meus parcos conhecimentos de economia não me permitem chegar a conclusão alguma.

Mas o governo continua achando que o negócio é botar dinheiro na mão dos mais pobres. Enquanto reduz as despesas, aumenta o valor do Bolsa Família para quase R$ 12 bilhões neste ano. Desconfio que vão continuar faltando empregados no mercado.

domingo, janeiro 25, 2009

Fumar ou não fumar


No fim do ano, fui presenteado com uma preciosidade: um Cohiba Siglo V. Um Habano legítimo, entende? Não um daqueles comprados por turistas que entendem tanto de charuto quanto eu de física atômica.
Não posso deixar de dizer o nome da autora do mimo, claro. Foi a Manu, uma amigona da Renata, direto de Almeria, no Sul da Espanha. Muitíssimo obrigado, Manu!
O problema é que há um mês estou neste dilema: fumar ou não fumar. Ter em mãos um Siglo V legítimo é um verdadeiro evento; coisa rara, mesmo. Pelo menos para mim, apreciador de charutos, mas cujo bolso não é grande o suficiente para esse tipo de extravagância.
Colocá-lo entre os dedos e sentir o aroma inconfundível de um oriundo de Vuelta Abajo é algo indescritível. O passo seguinte é o mais doloroso. Como é que vou atear fogo nessa preciosidade?
Enquanto não crio coragem, fico aqui admirando-o. Só o tubo que o envolve já é belíssimo.
O Siglo V é o maior da série 1492 - homenagem ao descobrimento da América. A Habanos S.A. batizou o formato de Dalia, na verdade, um Lonsdale - o que garante uma hora e pouco de enfumaçado prazer.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Balanço geral

Fim de ano é sempre aquela historinha de olhar pra trás para ver se o ano foi produtivo. Alguns contam conta quanto dinheiro ganharam; outros, quantos livros leram. Não ganhei muito dinheiro, nem li muitos livros. Aliás, são poucos os livros de literatura que me atraem. Eu leio mais coisas ligadas à filosofia e à ciência. Soa pretensioso, mas é pura questão de preferência.

Em 2008, estudei lógica. Fiz dois cursos na UFSC - lógica I e II. Muito produtivo. Só que bobeei no final, não fiz a terceira prova, e a média caiu pra 6,5, já que tinha tirado 9,3 e 10. Era suficiente pra passar, mas eu queria elevá-la e fui pra recuperação. Cheguei faltando 20 minutos pra terminar e não consegui muita coisa - média final de 7,5.

Lógica é interessantíssimo. Não sei como as pessoas se formam, fazem pós-graduação sem saber nada de lógica. Quero continuar estudando neste ano, se tudo der certo.

terça-feira, janeiro 06, 2009

De volta

Que vergonha! Dezembro inteiro e nenhum post! Nenhum "feliz Natal", nem "feliz Ano Novo". Sei que é imperdoável, mas, ao contrário dos outros anos, este fim de ano foi de muito trabalho. Trabalho novo ao qual ainda estou me adaptando. Ainda que muitos considerem fácil, pra mim, não é, não. Deixemos de mistério: estou editando a Revista de Verão do DC. Nunca fiz isso antes e, por isso, me é tão árduo. Pra complicar, o clima não nos tem ajudado muito.
A revista sai toda sexta-feira, até a primeira semana de março.
Ah, sim, ainda que tarde, desejo a todos um belíssimo 2009.